Passados 28 anos de sua morte, Zé do Prato continua sendo visto como o maior locutor de rodeios do Brasil, e orgulho eterno para Regente Feijó, sua cidade natal. Saudosismo? Não e nem de longe. Sua trajetória acaba de ser resgatada e os fragmentos sistematizados em programa de reportagem pelo estudante de jornalismo Gabriel Keiji Takada que tem 22 anos e não era nem projeto de gente quando o animador de festas de peão morreu.
José Antônio de Souza nasceu em 29 de abril de 1948 e morreu em 27 de janeiro de 1992, aos 43 anos de idade por infecção generalizada após cirurgia de pancreatite, realizada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O apelido Zé do Prato surgiu do instrumento que tocava na fanfarra da Escola José Domiciano Nogueira. O trabalho na Rádio Difusora começou na técnica de som, mas sua boa voz foi o motivo para em pouco tempo ser locutor, na sua juventude.
Voz que também motivou o convite de Jorge dos Santos, dono da Companhia Marca Estrela, para que trocasse o estúdio pelas arenas. Aos poucos, Zé do Prato se tornou astro dos rodeios. Fez fama e ganhou muito dinheiro. Há registros de que ganhava mais que atores de telenovelas, mas gastava com a mesma intensidade, inclusive, para ajudar os outros. Por questão estratégica e de logística mudou-se para Piracicaba e lá viveu boa parte de sua vida. Teve uma companheira, mas não teve filhos.
Naquela cidade existe o Museu Zé do Prato, com 200 peças catalogadas pelo Ministério da Cultura, entre quais estão microfone, fivelas de cinturões, chapéus e até a agenda. Também é nome de ponte sobre o rio Piracicaba, que passa dentro da zona urbana. No portal do recinto de rodeios de Cassilândia (MS) tem uma estátua dele. É nome de rua em Colina (SP) e do estádio de futebol de Regente, cidade onde seu sobrinho Péclis Souza criou a grife de moda country Zé do Prato.
Composto por entrevistas e conteúdos extraídos da internet, incluindo narrações do locutor, o programa de reportagem tem as falas do sobrinho e da irmã de Zé do Prato que mora em Regente, Sônia dos Santos; dos locutores de rodeio Jorge Moisés e Marco Brasil; e do cantor Sérgio Reis que o coloca no nível de grandeza do mais famoso violeiro de todos os tempos: Tião Carreiro.
Gabriel Takada, autor da reportagem, foi orientado pelo professor Homéro Ferreira.
Trabalho foi produzido na Facopp (Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente), atual Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). A avaliação envolveu as professoras Maria Luísa Hoffmann e Thaísa Salum Bacco. O programa foi veiculado na rádio comunitária Nova Aliança (FM 104.9), em Regente Feijó, e postado na Rádio Facopp, emissora web (http://radiofacopp.unoeste.br/noticia/227/a-trajetoria-do-locutor-de-rodeio-ze-do-prato)
Zé do Prato era uma figura carismática, ídolo dos peões e amigo de artistas
Chitãozinho e Xororó homenagearam o regentense na música “Peão de Rodeio”
Autor da homenagem, Gabriel Takada nem tinha nascido quando Zé do Prato faleceu