Woody genocida e as marcas chatas

OPINIÃO - Leonardo Lepre

Data 27/11/2020
Horário 05:05

Esse é um texto sobre pessoas, marcas e posicionamento. Uma tentativa de alcançar uma luz no final deste túnel de gelatina (nada contra a gelatina), apenas uma alusão à fala dos gastrônomos: “Falta textura, falta sabor, falta acidez!”.
Quando pensamos em marcas pensamos em pessoas. É na mente delas que as marcas se constituem e florescem. E como está esse terreno hoje? Vamos relembrar um fato recente: 
Você deve conhecer o Woody. Personagem de um clássico infantil: “Toy Story”. Recentemente esse personagem ganhou características monstruosas: genocida, perigoso e ofensivo. Isso tudo por ser um cowboy e no passado eles não terem sido legais com os indígenas norte-americanos, tornando-o, então, um assassino por descendência.
Segundo o The Daily Wire, até Tom Hanks (dublador do personagem) teria twittado um pedido de desculpas por ter cedido sua voz para o cowboy no filme.
O único detalhe é que o artigo era uma sátira. Texto que foi compartilhado, printado, repostado como verdade e com defesas do “posicionamento” do artigo satírico original, quase um movimento gelatinoso. 
No mesmo sentido, muitas marcas estão caminhando, sem foco, embotadas, tipo gelatina, daquelas coloridas, mas sem o leite condensado. Exatamente como as pessoas que compartilharam o The Daily Wire, seguindo um movimento que não existe, em busca de um significado que não está disponível. Existe um remédio, para as marcas, sim!
A propaganda e as marcas não estão chatas por falta de criatividade (somos cada vez mais criativos, acredito que nunca criamos tanto, nunca produzimos tanto conteúdo), mas a chatice tem origem na falta de posicionamento, ficam pulando de onda em onda em busca por significado. 
Posicionar é escolher algo pelo que lutar, escolher de que lado ficar (só não vale a parte de cima do muro, lá é o lugar das marcas chatas, gelatinosas e sem graça).
Para melhorar nossa compreensão, podemos dizer que o posicionamento é um ponto onde se juntam os círculos em um diagrama de Venn considerando três aspectos:
1- Fazer algo que sua marca é boa em fazer
2- Tornar a vida das pessoas melhores em alguma coisa
3- Sentir-se admirado por isso
Esse ponto é considerado a razão de existir da sua marca. Compreender no que sua marca é boa, como você muda a vida das pessoas e pelo o que você pode ser admirado vai te ajudar a encontrar o posicionamento da sua marca, ajudando a livrar o mundo de mais uma marca chata!
 

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