Você faz planos?

Roberto Mancuzo

CRÔNICA - Roberto Mancuzo

Data 10/09/2024
Horário 06:00

Eu gosto de fazer planos e sei que eles dão certo. Quase sempre. 
Mas planos dão certo porque para mim nada mais são do que um compromisso firmado entre você e algo muito superior. No meu caso, pela minha fé católica, é um acerto com Deus. No seu, pode ser igual ou com qualquer outro nome que você dê a Ele, ou pode ser também com o universo, a natureza ou até mesmo com o seu eu interior. Não importa. Importa é que o plano é o primeiro passo para que algo seja de fato realizado.
E eu gosto de planejar as coisas separadas. Claro, não dou mole de chegar com um plano gigantesco. Eu hein, vai que escuto: “Tá doido?”. E daí faço igual criança que quer alguma coisa e vai ganhando aos pouquinhos. 
Penso que os planos me dão a certeza de que algo que eu quero muito, vai de fato se realizar porque quando penso antes, antecipo duas situações: as oportunidades que terei pela frente e os riscos que vou enfrentar e assim me preparo melhor. Até porque, é você mesmo que terá que realizá-los, pensou o quê? Tem gente que vive cheia de planos, mas fica por aí. Planeja, planeja, planeja, mas não põe o pé no chão para concretizar e aí fica difícil mesmo. Só começa.
Óbvio que nem todos meus planos deram certo até hoje e nem todos foram tão inteligentes assim como eu pensava e daí é preciso contar com um algo a mais para que o rumo seja retomado. 
Lembrei agora de quando decidi largar o jornalismo diário e fiz um plano para isso. Estava cansado demais e queria apenas respirar um tempo fora da redação. 
O problema era que eu já estava no cargo máximo onde trabalhava, ganhava um bom salário, benefícios e tudo mais. Mesmo assim, decidi pedir demissão para fazer um ano e meio de pós-graduação em outra cidade. Iria para lá morar de favor na casa de minha tia e viver de seguro-desemprego até quando desse. Que plano, não? Meu pai na época, um tanto quanto inconformado, me perguntou: “Você pensou isso sozinho ou teve ajuda?”.
Nem preciso dizer que o resultado foi um desastre e logo percebi que precisava agora de um plano para resolver o problema que eu havia causado com o plano original. Demorou um pouco, mas logo me acertei e acabei vivendo um tipo de plano que não sai exatamente de nossa cabeça, mas sim nos é dado de presente: o plano de Deus. E fui, então, viver minha profissão na área acadêmica, onde estou até hoje.
Enfim, a crônica de hoje é uma reflexão: não foi sonhando que cheguei aonde cheguei. Foi planejando e vivendo o que foi planejado para mim.
E como estão seus planos?
 

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