A palavra “páscoa” deriva do hebraico, Pessach, que significa “passagem”. Ela se refere, originalmente, à páscoa judaica, celebrada como libertação da escravidão no Egito. A Páscoa cristã, celebrada como ressurreição de Cristo, significa libertação de todas as escravidões, inclusive da morte. A ressurreição de Cristo provou que Deus não abandona a humanidade a condições opressivas de existência. Ele gera vida onde existe morte. Ao celebrarmos a Páscoa de Cristo, reafirmamos que ele é vencedor do pecado e da morte, assumimos com ele a condição de ressuscitados (cf. Cl 3,1), tornando-nos com ele novas criaturas, comprometidas em preservar a vida de toda a criação, particularmente a vida humana, que neste país tem sido banalizada: 125 milhões de pessoas estão sob condições de insegurança alimentar, 33 milhões das quais estão submetidas ao flagelo da fome. Essa mazela gerada por uma economia que concentra riquezas e gera miséria à maioria da população, agravou-se nos últimos anos, com a redução de investimentos sociais. A mortalidade infantil cresceu. Trabalhos em condições precárias, até mesmo análogas à escravidão se proliferaram. Serviços públicos foram sucateados. Indígenas, afrodescendentes e outros grupos vulneráveis foram vitimados. A violência disseminou-se. Em meio a esses problemas, é possível enxergar sinais pascais? Sim, por exemplo, ações impactantes em diversas áreas da sociedade, realizadas em prol da segurança alimentar e nutricional. Muitas organizações de trabalhadores e trabalhadoras rurais estão produzindo organicamente, alimentos de qualidade, e comercializando-os de modo cooperativo. Este ano, o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) foi recriado. Neste ano, também, a Igreja no Brasil, realiza sua Campanha da Fraternidade sobre a fome. Seu lema, “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16), traduz bem seu objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira sobre a realidade da insegurança alimentar que afeta mais da metade da população deste país e mobilizá-la, à luz do Evangelho, para eliminar as causas desse problema, por meio de ações que responsabilizam a todos e todas. Nessas e em muitas outras iniciativas, vemos sinais da presença e da ação libertadora de Deus, que “faz novas todas as coisas” (cf. Ap 21,5), “levantando os pobres do pó” que se encontram (cf. Sl 113,7) e encorajando-os a assumirem coletivamente a luta por uma nova sociedade e por nossa “Casa Comum”,simbolizadas pela terra que mana leite e mel (cf. Ex 33,3) e pelo “novo céu e a nova terra”, anunciados no livro do Apocalipse (cf. Ap 21,1). Nossas ações libertadoras sendo assim, pascais, dão crédito à nossa fé, conforme afirma o papa Francisco em sua Exortação Apostólica Alegria do Evangelho: “Uma fé autêntica, que nunca é cômoda nem individualista, comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores e deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela”. Compreendamos, pois, o desafio de vivermos a Páscoa que celebramos. (Autor: Dom Reginaldo Andrietta, Bispo de Jales (SP).
MINI SERMÃO:
Domingo de Ramos da Paixão do Senhor (Jo 20,1-9)
O grande Amor de nossa vida está morto dentro de um sepulcro fechado por uma grande pedra. Mas espere! A pedra não está no lugar! Se a morte não O deteve, não seria uma pedra que O impediria. O Amor sumiu? Não! Foi um transbordamento de amor naquela cruz, que nem a morte O segurou. João entrou, viu e creu. Mas viu o vazio. Não havia nada ali e mesmo assim creu? Justamente: João creu no invisível. Nós também cremos em Alguém que não vemos. Cremos porque ao abrir o sepulcro Jesus escancarou a possibilidade de vida. Afinal, a vida nunca tem fim! (Autor: Padre Rafael Moreira Campos).
AGENDA PAROQUIAL: Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Presidente Venceslau
- Missas -
Domingo: às 10h - Igreja Matriz e às 19h - Igreja Matriz
MENSAGEM DO PAPA:
Como é bonito pensar que a primeira aparição do Ressuscitado — segundo os Evangelhos — teve lugar de um modo tão pessoal! Que há alguém que nos conhece, que vê o nosso sofrimento e a nossa desilusão, que se comove por nós e nos chama pelo nome. É uma lei que encontramos esculpida em muitas páginas do Evangelho. Em volta de Jesus há muitas pessoas que procuram Deus; mas a realidade mais prodigiosa é que, muito antes, há sobretudo Deus que se preocupa com a nossa vida, que a quer reanimar, e para fazer isto chama-nos pelo nome, reconhecendo o semblante pessoal de cada um. Cada homem é uma história de amor que Deus escreve nesta terra. Cada um de nós é uma história de amor de Deus. Deus chama cada um de nós pelo nome: conhece-nos pelo nome, olha para nós, está à nossa espera, perdoa-nos, tem paciência com cada um de nós. É verdade ou não? Cada um de nós vive esta experiência. (Fonte: www. vatican.va/ content/francesco/pt/angelus/2017)
Padre Rafael Moreira Campos
Adm. Paroquial Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Pres. Venceslau/SP
"Ouse ser o melhor. Ame!"
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Informações: Cúria Diocesana (18) 3918-5000