Em uma entrevista concedida para a revista Carbono Uomo, o ator Selton Mello, que integra o elenco do filme "Ainda estou aqui", informou que a vitrola que aparece no cenário da produção saiu de Presidente Prudente, emprestada por alguém da família Paiva, retratada na história. O filme foi indicado nesta quinta-feira a três categorias do Oscar: melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz (Fernanda Torres).
A publicação questiona Selton sobre a reconstituição da época em que o filme se passa.
"A vitrola que você vê no filme não era apenas uma vitrola. Era uma vitrola que alguém da família [Paiva] emprestou. E que veio lá de Presidente Prudente... Tudo era real. Os objetos tinham vida. Era tudo com vida", responde Selton.
A reportagem de O Imparcial tentou mais detalhes sobre a origem da vitrola com a Conspiração Filmes, produtora de "Ainda estou aqui", mas não obteve resposta.
Fotos: Cedidas - Entrevista de Selton Mello para a revista Carbono Uomo
Pela primeira vez na história, o cinema brasileiro conquistou uma indicação ao Oscar de melhor filme. Antes, o país já havia sido representado por "Central do Brasil" com indicação na categoria de melhor filme internacional. A cerimônia de entrega do prêmio acontece no dia 2 de março.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do governo federal, o filme, lançado em 2024, liderou as bilheterias brasileiras, atraindo mais de 2,9 milhões de espectadores. Reconhecido globalmente, coleciona prêmios em importantes festivais internacionais. No Festival de Veneza, venceu melhor roteiro e recebeu o Green Drop Award. Também conquistou o Prêmio do Público no Vancouver International Film Festival, no Mill Valley Film Festival e no Miami Film Festival GEMS. Na França, durante o Festival de Pessac, levou o Prêmio Danielle Le Roy e o Prêmio do Público, confirmando sua força entre críticos e audiências.
O roteiro narra a trajetória de Eunice Paiva, que teve o marido, o ex-deputado federal Rubens Paiva, levado de casa em 1971 e morto pela ditadura militar brasileira. O percurso dela e de sua família em busca de informações sobre o que realmente ocorreu se tornou símbolo da luta pela verdade e pela defesa dos direitos humanos.