Na oitava edição da Virada Cultural Paulista em Presidente Prudente, era difícil encontrar algum padrão. Pessoas de todos os estilos, tribos e idades se reuniram no Parque do Povo, para aproveitar os shows de DJ Samuca, Jotacê Cardoso & Nelma Melo, Bárbara Eugenia, Wilson Simoninha e Farofa Carioca no sábado; e da Banda Eddie, Tokyo Savannah e Raimundos no domingo. O evento, que contou ainda com apresentações gratuitas de dança, teatro, circo e stand up em outros três espaços da cidade, foi dividido pela primeira vez em dois finais de semana. Das 28 cidades participantes, 14 tiveram suas programações nos dias 24 e 25 de maio e outras 14 nos dias 31 e 1º.
Milhares de pessoas assistiram show do Raimundos domingo
Realizado pelo governo do Estado de São Paulo, em parceria com as prefeituras, o Sesc-SP (Serviço Social do Comércio) e o MIS (Museu da Imagem e do Som), o evento em Prudente ocorreu no Teatro Universitário César Cava e Teatro de Arena Timochenco Wehbi do Campus I da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista); Sesc Thermas; e Parque do Povo. O balanço geral com o número de pessoas que estiveram nos quatro lugares, conforme a organização, será divulgado hoje.
Matheus Paiva, 19, se mudou para Prudente recentemente e disse ter ficado impressionado com essa "miscigenação musical". "Achei que aqui só teria sertanejo universitário, mas o cenário é completamente diversificado". José Escaliz, 55, é exemplo disso. O chapéu, a camisa xadrez, a bota e a fivela indicavam sua preferência: a música caipira. Mesmo assim, ele foi ao Parque do Povo com seu filho e seus netos para assistir as atrações. "Esses shows atraem pessoas diferentes e vem gente de todo lado".
E diferente é pouco. Edvaldo Alves de Oliveira, 27, também entrega seu estilo musical por meio do visual. Os
dreadlocks evidenciam que ele gosta mesmo é de reggae. "O legal é que além de unir varias tribos, o evento é bem família e tranquilo. Dá pra curtir numa boa". Uma dessas famílias que estavam presentes na Virada era a do professor universitário Thiago Belieiro, 32. Ele, a esposa Fernanda e a filha de 1 ano e 4 meses Pietra foram conferir as atrações e estavam empolgados, dançando ao som do primeiro show de sábado. "É importante fazer tudo o que pudermos para enriquecer a formação cultural da nossa filha", afirma Belieiro. Para ele, o evento é uma forma de fugir da ditadura da indústria cultural de massa.
Outra família que estava bem acomodada era a de Fátima de Melo, 52, que foi acompanhada por seu marido Lucas e sua sobrinha Íris. Eles levaram até cadeiras de área para aproveitar os shows no maior conforto. "Todo ano eu venho e fico aqui sentada. Adoro poder estar no Parque do Povo que é um lugar arejado, aberto e muito acessível". A estudante Valéria Silva, 16, também buscou tranquilidade na acomodação e decidiu acampar com seus amigos nos dois dias de evento. "A barraca está aqui só para quem ficar com sono poder descansar um pouquinho. Mas é difícil viu? Virada pra gente significa virar a noite mesmo".
Segurança
Conforme o tenente Cristiano Sosa, duas bases da Polícia Militar estavam presentes no evento. "Temos um efetivo reforçado próprio para a Virada Cultural", conta. Ainda de acordo com a Polícia Militar, nenhuma "ocorrência grave" foi registrada no local.
No show do Raimundos, realizado domingo, no encerramento, uma pessoa se machucou durante um mosh, que consiste em uma dança onde os participantes fazem movimentos bruscos em uma área circular delimitada, embora não exista a real intenção de causar danos. De acordo com Celso Aguiar, 42, produtor cultural e coordenador do evento em Prudente, ele foi atendido pela UTI móvel no momento, pois a ambulância fixa da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) estava realizando os cuidados em outra ocorrência.