As ruas de Presidente Prudente viram palco para apresentações artísticas diversas. Na esquina das Avenidas Coronel José Soares Marcondes e Washington Luiz, João Vitor Bárbara, 18 anos, busca alegrar o tempo de espera dos motoristas até o semáforo estar verde.
Aos 10 anos de idade, João entrou no Projeto Guri, na cidade de São Paulo, onde teve seu primeiro contato com o violino, instrumento que toca até hoje.
Por conta da família, se mudou para Presidente Prudente, mas não abandonou o instrumento. Chegando à cidade, em pouco tempo, pelo destaque dentro do Projeto Guri, João conseguiu uma vaga no, até então denominado, Colégio Municipal de Artes Jupyra Cunha Marcondes, onde passou a tocar no conservatório.
Hoje em dia, João tem um pequeno grupo musical, e vive da música, tocando nas ruas, festas e até mesmo em velórios. Apesar de soar estranho, João diz que é solicitado para se apresentar em despedidas. No velório de sua bisavó, que era apaixonada pelo som do violino, João decidiu tocar para homenageá-la. O mesmo se repetiu no velório de uma tia e, desde então, o músico é chamado para tocar nos momentos de despedidas. Sobre suas apresentações na hora da morte, João comenta que “o violino aconchega, a música esquenta a alma, incendeia o coração e faz surgir um novo capítulo, uma nova história”.
Trabalhos
Vivendo em São Paulo, o jovem violinista se admirou pelos artistas de ruas que se apresentavam nos faróis da capital e nas estações de metrô. Chegando a Prudente, se assustou ao não encontrar um fluxo tão grande de artistas de rua. Esse fato o inspiraria a tocar nas ruas da cidade.
João conta com orgulho, que seu objetivo principal é divertir os motoristas e apresentar sua arte, passando boas mensagens de alegria e paz.
Apesar de tocar nas ruas, o músico não espera dinheiro em troca de suas apresentações, mas apesar disso, diz que consegue alguma quantia em dinheiro devido à sua arte.
João dá aulas de música em um projeto por ele criado, chamado Vila Cultural, que visa levar protagonismo e cultura aos jovens de 10 a 18 ano da Vila Comercial. Além de violino, no projeto também ensina violão, guitarra e teclado.
Família
O violista diz que atualmente seus familiares se mostram mais abertos à sua profissão, mas, nem sempre foi assim. No início, quando decidiu se apresentar nas ruas de Prudente, o violinista conta que teve uma certa resistência por parte dos familiares. Porém, qe após conversar, debater e se manter firme em seus ideais, começaram a apoiar e entender suas escolhas.
João mora com sua avó materna, e divide seu tempo entre seu relacionamento com ela e a música.
Movimento Estudantil
Ligado a causas sociais, João desde criança se interessava pelos interesses da escola. Criou projetos de arrecadação de brinquedos para um natal mais solidário. Quando no ensino fundamental se elegeu e ganhou para presidente do grêmio estudantil, onde buscava resolver problemas estruturais que prejudicavam o ensino da instituição.
Hoje, o jovem músico é diretor estadual da União da Juventude Socialista, e já foi diretor estadual da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. Ele luta por um ensino de qualidade no país, que seja de forma gratuita e inclusiva.