A violência doméstica é uma chaga que continua a corroer os alicerces da sociedade, deixando cicatrizes profundas em suas vítimas e perpetuando um ciclo de dor e trauma. A cada dia, inúmeras mulheres, homens e crianças enfrentam abusos físicos, emocionais e psicológicos dentro de seus próprios lares, em um ambiente que deveria ser de segurança e proteção.
Como noticiado neste diário, 50 policiais civis em 15 viaturas cumpriram 27 mandados de prisão e 19 ordens de buscas domiciliares, relacionados ao crime de violência doméstica, em operação denominada “Espritado”. Apenas em fevereiro, 297 requerimentos de medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de agressão foram formalizados pelas unidades de 67 municípios, subordinadas ao Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), que resultaram no cumprindo 26 mandados de prisão e dez de buscas domiciliares. Triste saber que há tantas pessoas sofrendo e tantas outras que sofrem em silêncio suas dores, com medo do seu agressor, por chantagens emocionais, por tantos motivos que não se pode julgar.
A violência doméstica não é um assunto privado. É um crime hediondo que exige uma resposta coletiva e enérgica de toda a sociedade. Até quando haverá cúmplices? Até quando haverá a permissão de que o medo e a intimidação governem as casas? Até quando haverá tolerância para que vidas sejam dilaceradas e sonhos sejam destroçados diante de nossos olhos? A complacência não é uma opção. Chegou a hora de agir.
Chegou o momento de ter união como uma comunidade, de erguer as vozes em solidariedade às vítimas e de trabalhar incansavelmente para erradicar a violência doméstica. Não se pode mais virar as costas para aqueles que mais precisam de ajuda e proteção.
A mudança começa por cada um que deve se comprometer a ser parte da solução, a construir um futuro em que todos possam viver livres do medo e da violência dentro de seus próprios lares. A união pode e deve fazer a diferença.