Violência de gênero e interseccionalidade

OPINIÃO - Danielle Santos

Data 29/08/2024
Horário 05:00

O NEDHU (Núcleo de Educação em Direitos Humanos) da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) completará no próximo dia 2 de setembro três anos de existência. Ao longo desses anos, tem atuado no apoio institucional da instituição, vinculado ao Nidep (Núcleo Institucional de Desenvolvimento Pedagógico), em ações educativas com o eixo temático "Direitos Humanos". 
Em celebração a mais um ciclo de desenvolvimento e apoio institucional, o NEDHU propõe um seminário on-line intitulado “Violência de Gênero, Interseccionalidade e Relações de Poder” a ser realizado na mesma data. A igualdade de gênero é um pilar fundamental para a promoção de uma educação em direitos humanos. 
Ao longo dos últimos séculos, as teorias de igualdade de gênero têm se fortalecido como um reflexo das mudanças sociais, políticas e culturais vivenciadas nos mais diferentes contextos. No final do século 19 e início do século 20, o movimento feminista ganhou força com a luta pelo sufrágio feminino. 
Foi na década de 1980, que autoras como Bell Hooks e Audre Lorde criaram o debate sobre interseccionalidade, um conceito introduzido por Kimberlé Crenshaw na mesma década e que explora como diferentes formas de discriminação, como raça, classe e gênero, interagem e se sobrepõem. 
A teoria da interseccionalidade revela a complexidade das experiências das mulheres, destacando que a opressão não pode ser entendida apenas por meio de uma única lente. Entender como a desigualdade de gênero se manifesta na sociedade brasileira e como ela afeta a vida de indivíduos e comunidades, faz-se muito necessário no contexto universitário. A violência de gênero inclui violência doméstica, assédio sexual e discriminação no ambiente de trabalho e pode ser analisada não apenas em sua forma isolada, mas também em sua interação com outras formas de opressão, como as relacionadas à raça e classe social. 
Diante disso, o conceito de interseccionalidade aparece como um marco teórico. E entendendo-o é possível desenvolver políticas públicas e práticas sociais que realmente atendam às necessidades das minorias e promovam um ambiente mais justo e inclusivo para todos. 
Ao promover uma reflexão como essa, a universidade compromete-se em gerar propostas concretas para enfrentar essas problemáticas, incentivando a construção de uma sociedade mais equitativa e abordando estratégias para a criação de relações sociais mais saudáveis e inclusivas no âmbito educativo. 
A reflexão sobre como cada um pode contribuir para a promoção dos direitos humanos e para o fortalecimento da igualdade de gênero em suas esferas de atuação é muito salutar. Como um núcleo comprometido com a promoção dos direitos humanos e a construção de um futuro em que todas as formas de discriminação sejam enfrentadas, o NEDHU promove uma estratégia muito assertiva. 
Parabéns NEDHU pelos seus três anos e por criar oportunidades únicas para a troca de conhecimentos e experiências sobre temas de relevância crítica para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
 

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