Durante o feriado de carnaval, dezenas de pneus inservíveis - que não podem mais serem utilizados - foram descartados por borracharias de forma irregular na Rua Manoel Ramires Reina, nº 191 – que fica em frente ao Ecoponto de Santo Anastácio, local correto para destinação adequada do produto.
De acordo com o veterinário da Vigilância Sanitária Municipal, Paulo Ricardo Doria, quando a equipe do Setor de Endemias passou em frente ao local, se deparou com o montante de pneus cheios de água e larvas de mosquitos. “Como já divulgado por diversas vezes através de nossas redes sociais, existe o telefone do Setor de Endemias, que é o 99694-9453 - destinado para esta finalidade. A pessoa que deseja descartar os pneus, precisa ligar para um responsável ir até o local e abrir o Ecoponto para abrigar os mesmos, pois deixar os pneus na calçada é proibido e, se identificada, a pessoa poderá ser multada”, explica.
Ainda conforme o veterinário, a administração municipal está realizando um intenso trabalho contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, doença que está em estágio avançado na cidade, devido ao período de intensas chuvas e calor. “Estamos trabalhando dia e noite no combate desta praga, mas se as pessoas não colaborarem fica difícil. Não adianta combatermos de um lado e o outro ser alimentado; água parada, principalmente em locais escuros como os pneus, é um excelente local para um criadouro em potencial. Ou nos unimos de verdade nesta luta, ou vamos ser vencidos por esse mosquito”.
De acordo com informações da Prefeitura de Santo Anastácio, o pneu não se trata de um resíduo considerado perigoso, já que não apresenta risco significativo à saúde ou à qualidade ambiental, como acontece com resíduos inflamáveis ou tóxicos.
Entretanto, apesar dessas características, é um resíduo que merece atenção especial: se descartado de forma irregular, pode causar danos ao meio ambiente, a proliferação do mosquito da dengue e até incêndios.
O tempo aproximado para degradação dos pneus é de 600 anos. Por isso, é proibido o envio de pneus velhos para aterros sanitários – eles acabam emergindo para a superfície por causa da absorção de gases liberados pela decomposição dos resíduos orgânicos.
Esse procedimento prejudica a eficiência e a vida útil do aterro. A forma ambientalmente correta para descarte de pneus é enviá-los para um ponto de coleta. Conhecidos como ecopontos, são locais administrados pelas prefeituras, onde são recebidos pneus recolhidos pelo serviço de limpeza pública, ou aqueles enviados diretamente por borracheiros e pessoas comuns.
Por meio de acordo setorial, a Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) criou a Reciclanip. Hoje, ela é a empresa responsável por toda a gestão de pneus inservíveis destinados aos ecopontos em todo o Brasil, bem como pela destinação ambientalmente correta desse material.
Após a coleta nos ecopontos, o pneu é enviado para empresas de trituração, onde é transformado em pedaços de borracha, também conhecidos como “chips”. Esses chips são triturados para gerar novos produtos: calçados, pisos industriais e borrachas de vedação. Também são utilizados no processo de cogeração energética.
Foto: Cedida
Flagrante dos pneus descartados irregularmente em frente ao Ecoponto em Santo Anastácio
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