Em tempos de distanciamento social, a Santa Casa de Presidente Prudente encontrou uma maneira pra lá de especial, e emocionante, de manter pacientes internados na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) conectados, mesmo que por meio da tecnologia, a seus familiares. A ação tem motivado as equipes a manterem-se firmes no trabalho e dado aos assistidos, independente da causa da internação, uma nova esperança, por meio das chamadas de vídeo. “Com a suspensão das visitas presenciais nas UTIs, estamos usando todos os recursos para manter o acolhimento mesmo na pandemia”, afirmou o médico coordenador da UTI geral, Ênio Rodrigues Maia Filho. Vale ressaltar que são pacientes não covid-19.
De acordo com a unidade, a frequência das chamadas é definida pelos médicos, que levam em conta o estado de saúde do paciente. O resultado tem sido de muita felicidade por parte dos pacientes, que se sentem acolhidos com a iniciativa. “Sem a família de perto, o paciente acaba por ficar angustiado. Estar em uma UTI já é muito complicado, então ver a família, mesmo que pela internet, faz toda a diferença”, aponta o coordenador da UTI Coronariana, Carlos Eduardo Bosso.
O profissional comenta ainda que o resultado tem surpreendido, pois neste momento todos os lados estão sensíveis com o momento que se vive de pandemia, o que faz com que as ligações por vídeo se tornem ainda mais emotivas e especiais. “Um diferencial é a participação de crianças, como filhos e netos nas chamadas. A entrada delas na UTI é restrita, então se torna um momento único proporcionado por estas videochamadas”.
As famílias aguardam diariamente a ligação da equipe entre 11h e 12h30, sendo que inicialmente é passado o boletim do paciente, com todas as evoluções e acompanhamentos. Em seguida, a chamada dá lugar às palavras de saudade, afeto, amor e, principalmente, esperança de que momentos melhores virão. Por dia são realizadas em torno de 20 ligações.
INICIATIVA IMPORTANTE
PARA A RECUPERAÇÃO
Um grande exemplo de que a ação deu certo vem por meio de Quézia Cruz Cristo de Azevedo, filha de uma das pacientes, a dona Maria Alice, 64 anos. “No começo foi difícil porque ela passou um período muito crítico e ficávamos ansiosos esperando o outro dia. Os irmãos dela que moram longe e os amigos, todos fizeram questão de enviar vídeos, e esse contato foi muito importante para a recuperação dela”, afirmou a filha. Já a paciente, lembrou que sentia “uma emoção muito grande”, e um afago para a alga com as chamadas.