Vida longa às mulheres

OPINIÃO - Bernadette Cunha Waldvogel

Data 24/05/2023
Horário 05:00

O processo de envelhecimento da população vem transformando a composição etária no Estado de São Paulo. Recentemente, apresentamos um estudo da Fundação Seade intitulado “Perspectivas da população idosa para 2023”. Por meio deste levantamento, projetamos que há mais de 4,3 milhões de mulheres com 60 anos ou mais vivendo em todo o território paulista.
No recorte etário geral, todas as regiões administrativas (RA) apresentam volume populacional de mulheres superior ao de homens. E este dado é ainda maior quando se olha para idosas: elas respondem por 18,5% da população feminina estadual. No início do século XXI, este percentual equivalia à metade: 9,9%.
Numericamente, a população feminina idosa supera em 32% a masculina da mesma faixa etária, ou seja, há 132 mulheres com 60 anos ou mais para cada 100 homens neste índice comparativo. São bisavós, avós, mães e mulheres que transmitem conhecimentos e valores para as gerações mais jovens, contribuem na preservação da cultura e tradições locais, lideram movimentos sociais e organizações comunitárias; exercem atividades profissionais, geram renda para suas famílias; e fortalecem o tecido social paulista.
O levantamento ainda revela que há 104 mulheres com 60 anos ou mais por 100 crianças e jovens, ou seja, uma idosa para cada mulher com até 15 anos. Um dado relevante é que o processo de envelhecimento não se dá de forma homogênea no território paulista: seus índices são diferenciados regionalmente.
Analisando o levantamento como um todo, todos os resultados evidenciam a necessidade de um olhar mais atento para as idosas. A presença delas no comando da estrutura familiar pode concentrar características e benefícios importantes para a sociedade como experiência de vida, sabedoria, empatia, liderança e respeito. Virtudes que podem fortalecer a unidade familiar e promover valores positivos.
É importante lembrar que também enfrentam desafios e problemas específicos como violência doméstica, discriminação por idade e gênero e isolamento social. Urge reconhecermos e valorizarmos a contribuição destas mulheres, garantindo proteção e recursos necessários para elas avançarem ao longo da vida com dignidade e bem-estar.
Fora deste entendimento elas jamais terão o merecido tratamento de reverência por tudo o que fizeram ao longo da vida. A forma como uma sociedade trata sua população idosa é um espelho do futuro: ele reflete de que forma estamos construindo uma sociedade mais justa e equitativa.
Nosso respeito e reverência a toda população feminina que cria e educa muitas gerações, sustentam famílias e são figuras tão importantes nas estruturas sociais e familiares do Estado de São Paulo.
 

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