Victor Mendes ganha prêmio com 1º trabalho solo

“Nossa Ciranda" circulará pelo ProAC com 8 com 13 músicas o samba, canção de amor, influências de folk e ritmos latinos

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 18/01/2017
Horário 09:31
 

Investindo em diversas referências musicais de peso, através do poema de Paulo Nunes, o compositor, instrumentista e cantor Victor Mendes, 29 anos, aborda o universo feminino e a cidade de São Paulo, apresentando aos ouvidos mais apurados as melodias que abrem o seu primeiro disco solo, "Nossa Ciranda", - uma mescla de samba, canção de amor, influências de folk e de ritmos latinos. O projeto independente com 13 canções já ganhou seu primeiro prêmio: o edital para a circulação de oito espetáculos de canção do ProAC 2016 (Programa de Ação Cultural, da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo). Serão quatro no Vale do Paraíba e quatro no Vale da Ribeira.

Jornal O Imparcial Satisfeito, Victor Mendes diz que: "apesar de levar dois anos para ser concluído, o trabalho ficou ainda melhor do que imaginava"

Para o cantor, o resultado do álbum - que ficou pronto no final de 2016 - foi além do que ele esperava. "Apesar de levar dois anos para ser concluído, o trabalho ficou ainda melhor do que eu imaginava. E essa conquista do ProAC foi maravilhosa, pois foi bastante concorrida. Isso porque a contribuição dos músicos foi incrível. Eles entraram com o talento e com muita inspiração, o que deu uma cara mais coletiva ao disco. Estou muito feliz com o desfecho", ressalta o artista.

O compositor diz que se sentiu à vontade para produzir e dirigir o seu disco. Mas vale ressaltar que apesar da total liberdade para escolher o repertório, sempre compartilhou as ideias com os seus amigos músicos que o rodeiam. "Então convidei as intérpretes Karine Telles, Paola Albano e a Roberta Oliveira, para dar um colorido especial ao CD. Eu quis gravar, por exemplo, músicas mais antigas, que eu já tocava em shows, para poder divulgar o meu trabalho. A princípio era para ser apenas voz e violão, mas depois entrou a percussão e outros instrumentos", destaca o cantor.

Victor diz que vale lembrar que a ideia de produzir um disco solo ficou ainda mais latente depois da gravação do CD do Trio José, qual ele integra. E explica que com a experiência conquistada durante o processo de gravação, decidiu continuar no estúdio e dar início ao seu primeiro trabalho solo.

 

A mulher e a capital

Victor investe, neste primeiro trabalho solo, as suas mais diversas referências: músicas como "Rio Manso", que dialoga com o jazz, o folk americano e a tradição caipira. Em "A mais triste canção", a tônica é o encontro das referências regionais de Paulo Nunes e Saulo Alves, autores da canção, com a vida urbana em São Paulo. Essas duas obras exemplificam a união entre arranjos modernos e instrumentos da música regional brasileira, como a viola e a rabeca, evidenciando o forte diálogo entre a tradição e a inovação musical, presente em todo o disco.

"O Paulo fez em todo o disco diálogo entre o universo feminino e essa cidade que mesmo parecendo hostil, uma loucura, mas um solo fértil para a arte. Em relação a mulher ele faz algo como o Chico faz muito. Como na 4ª faixa, ‘Brinquedo de Quebrar. Ele fez após a morte de uma prima que tinha deficiência. Ou na seguinte, ‘Folhinha Mariana’ em que ele compôs vendo a sobrinha triste. E tudo isso tem uma comparação com a cidade que está cheia das mesmas situações", explica Victor.

E acrescenta, conforme ele nas palavras de Paulo "é a grande cidade também um deserto limpo de sementes, mas igualmente com a flor urgente e breve prestes a brotar, e isso depende de nós, da união de todos nós numa ciranda".

 

Bases riquíssimas

As composições e interpretações musicais de Victor apresentam uma gama variada de influências, com nomes como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Dércio Marques, Renato Teixeira, Almir Sater, Vitor Ramil, Jorge Drexler, Dori Caymmi e o rock americano dos anos 90.

Ele diz que estas influências o ganharam há 11 anos quando ele saiu de sua terra natal, São José dos Campos, chegou na capital. E que foi tomado por completo quando começou a tocar viola caipira e conheceu os compositores mineiros Paulo Nunes e Saulo Alves.

Outra pessoa importante em sua vida artística, de quem Victor fala com carinho, respeito e admiração é Ricardo Vignini. "Se não fosse o Ricardo não existiria disco. O conheço há cerca de sete anos e desde então sempre trabalhei ao seu lado, gravando. Ele brinca que a hora que chega o disco é que começa o trabalho. Estou ansioso para começar os shows", salienta Victor.

 

Ficha Técnica

NOSSA CIRANDA


Ficha técnica:

Direção Musical e produção: Victor Mendes

Gravação e Mixagem: Estúdio Bojo Elétrico – Ricardo Vignini (entre agosto de 2014 e julho de 2016)

Percussão das faixas 4, 6 e 9 gravadas no Estúdio BongÔMusics – Flávio Franco Araújo

Participações especiais de Danilo Moura, Karine Telles, Paola Albano, Ricardo Vignini e Roberta Oliveira.

Masterização: Estúdio Música Bacana – André Ferraz

Projeto Gráfico: Fotografia: Andreas Guimarães

 
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