Minha filha Flávia entra no app do BlaBlaCar para ver se conseguiria uma carona para Campinas para mim. Para sua surpresa tinha várias opções em vários horários. Marcou a saída para as 14h na Avenida Vergueiro, 1.549. Como ainda era 10h, resolvi subir a Rua Frei Caneca e dar uma longa caminhada pela charmosa Avenida Paulista. Coloquei um short, camiseta, calcei o tênis e lá fui eu apressado no ritmo da cidade grande.
Antes de sair, minha filha me avisou: Pai cuidado com o celular. Já saí com síndrome do pânico, que paranoia. Mas segue o jogo. Depois de me sentir um Emil Zátopek, cheguei ao apartamento quase perto do meio-dia. Liguei na Jovem Pan, no programa “Pânico”. Gosto demais do pessoal do “Pânico” e o Emílio Surita é uma figura ímpar desse icônico programa.
Esquentei um prato de macarrão, sentei no sofá e ri demais da Carreta Furacão que a rapaziada do “Pânico” sempre coloca no programa. Às 13h20, acessei o aplicativo da 99 e despedi da minha amada filha. Às 15h35, entro no carro rumo ao local combinado. O motorista se chama Agnaldo e fomos batendo um papo muito legal. Me deixou no local exatamente às 14h.
Sentei num ponto de táxi e fiquei esperando o Vanderlei. Recebo uma mensagem dele que iria se atrasar pedindo desculpas. Respondi para ele ficar tranquilo. Ele me perguntou se uma senhora já tinha chegado. Olhei e tinha uma senhora também sentada segurando sua mala. Era a Da. Silvia. que também iria nessa carona. Passei o recado para ela sobre esse imprevisto e tudo ok. Nessa espera lembrei de uma música do Paul Anka que o querido amigo Nenê Medeiros adora cantar. Gravei uma parte da música pelo WhatsApp e mandei pra ele:
"Put your head on my shoulder
Hold me in your arms, baby
Squeeze me oh-so-tight
Show me that you love me too"...
O Nenê é monstro, uma lenda. Ele ficou contente em ouvir e grava com ele cantando. Mandei para a rapaziada e todos disseram: Esse é Nenê Medera. Começa a chover levemente e o Vanderlei chega. Nos cumprimentamos e colocamos as malas no porta-malas e vamos seguir viagem. Vanderlei é advogado e também tem uma imobiliária. Estava realizando seu sonho, conquistando São Paulo. Um cara super do bem.
Da. Silvia, uma senhora muito ousada e corajosa. Mora em Londres e trabalha como tradutora. Teve que deixar seus filhos que são todos casados, porque não arrumava emprego e não queria ser sustentada por ninguém. Estava indo para Campinas visitar um dos seus filhos. A sorte favorece o destemido. Cada um contou um pouco da experiência de viver e concordamos que temos que ser simples diante da vida. Parece fácil, mas não é.
Uma viagem super agradável onde aprendi lições inspiradoras. Terminamos a viagem e o Vanderlei me pediu para mandar as minhas crônicas, inclusive essa que falei para ele que iria escrever sobre essa viagem. Nos despedimos calorosamente. Me lembrei de um samba de Martinho da Vila chamado “Viajando”. Enquanto esperava o Uber, comecei a cantar para mim mesmo, lembrando da Mulher Maravilha:
Viajando
Em grandes alturas
Uma nuvem
Traz você a mim
Chegando
Em lugar distante
No primeiro instante
Fico logo assim
Assim, assim
Com saudades
Me lembrando
Vou sempre amando você"...