Ao contrário do que muitos imaginam, a falta de chuva e a baixa umidade do ar contribuem para que a produção de hortaliças seja mais produtiva. Por outro lado, devido ao friozinho que vem tomando conta da região de Presidente Prudente, os consumidores têm buscado cada vez menos as hortaliças nos supermercados, realidade esta que já é sentida pelos estabelecimentos na cidade. Durante uma pesquisa em três redes, a reportagem constatou queda de até 15% na venda dos produtos da hortinha, quando comparado aos dias comuns de vendas.
Joelson Tonietti é gerente do Supermercado Avenida, e tem observado que as hortaliças têm chegado ao estabelecimento com melhor qualidade. Apesar das cores vibrantes, afirma que as vendas caem em torno de 15% neste período de baixas temperaturas, o leva à baixa do preço, já que o consumo dos clientes também diminui. “Isso não quer dizer que não estamos vendendo, ainda existem aqueles que buscam a alface, o agrião e outros produtos que não podem sair da mesa dos brasileiros”, acrescenta.
No supermercado Estrela, a situação também tem sido notada pela subgerente do estabelecimento, Luzia Aparecida Maino Macedo. Segundo afirma à reportagem, a expectativa é de que o consumo diminua em até 10%, quando comparado aos dias normais de venda, situação esta que já era esperada desde o início da semana. “Quando começa a fazer o friozinho, a diferença já é sentida. O pessoal não tem o costume de comer saladas em dias assim, então, a alternativa é comprar aqueles produtos que podem ser refogados, ou utilizados para fazer chás, como a hortelã”, expõe.
Para o gerente do Supermercado Pastorinho, Ângelo Tadeu, a diferença na queda das vendas não chega à casa dos 5%, contudo, apostou em aumentar a comercialização da batata-doce e do almeirão, a fim de reparar a baixa nas vendas da feirinha.
Melhor produção
Alface, almeirão, couve, salsa, chicória, espinafre e muitas outras verduras fazem parte da plantação de hortaliças do produtor Marcos Querubim, 42 anos. De acordo com ele, em épocas de frio as verduras crescem com maior qualidade, uma vez que a irrigação tem sido utilizada por muitos produtores rurais da região. “Quando chove muito, a horta é danificada e este clima atual está propício, porque conseguimos irrigar na quantidade correta de água que as folhas precisam”, expõe.
Como mencionado pelos supermercados, em dias frios as vendas de hortaliças diminuem, e isso contribui para a desvalorização das mercadorias, que é sentida no bolso do produtor. Segundo Marcos, para não “perder o comércio”, investe na produção de tubérculos, como a mandioca e batata-doce, que são mais procuradas nos supermercados e feiras.
SAIBA MAIS
Como informado pelos supermercados entrevistados pela reportagem, a couve tem apresentado aumento nas vendas em feirinhas, pelo fato dela poder ser refogada e utilizada em pratos quentes, como em feijoadas e sopas. Diante disso, os estabelecimentos têm apostado em vender a mercadoria com preços que variam entre R$ 1,49, R$ 2,78 e R$ 3,49 a peça.
