Venda de peixes segue abaixo do esperado

PRUDENTE - Victor Rodrigues

Data 22/03/2016
Horário 08:46
 

O comércio de peixes continua reduzido. No fim da Quaresma e já no início da Semana Santa, a venda de peixes permanece abaixo do esperado para a época. De acordo com Antônio Nagai, proprietário dos Supermercados Nagai, em Presidente Prudente, em todas as unidades da rede a procura tem aumentado, mas nem tanto como nos anos anteriores. Segundo ele, os valores dos peixes tiveram um reajuste médio de 20%, e isso pode ter influenciado no recuo das compras por parte das pessoas. "Nesta segunda-feira, a saída de peixes foi igual à semana passada. O aumento ainda é pequeno. Está devagar", comenta.

Jornal O Imparcial Expectativa é que vendas aumentem a partir de amanhã

No Supermercado Estrela, no centro de Prudente, a saída também tem sido baixa. "Temos notado que a procura por estes produtos nesta época tem sofrido quedas gradativas ano a ano. O açougue vendia menos e a seção de pescados vendia mais. Hoje, a diferença é pequena", explica o gerente Diego Yamasaki.

Em Presidente Epitácio, município banhado pelo Rio Paraná, e forte vocação para o mercado da pesca, a situação não tem sido diferente. De acordo com Juliano Robledo, gerente da Peixaria Santa Paula, as vendas nesta mesma temporada, em 2015, foi 50% maior que nos dias comuns, e, neste ano, não deverá ultrapassar a casa dos 40%. "Já tivemos um mercado melhor, com vendas superiores a 100%. Mas de alguns anos para cá, tem caído muito", comenta.

Nos mercados e peixarias, os valores do bacalhau, tradicional peixe consumido na Quaresma, é de R$ 32,90 a R$ 70, o quilo. Já peixes de água doce com bastante saída, como a tilápia e o pintado, saem em média a R$ 20, o quilo.

Os comerciantes atribuem a redução a dois fatores: a economia da população devido ao atual cenário financeiro que passa o país; e rompimento da tradição católica, que é o maior consumidor de peixe na Quaresma. "Os tempos são outros e a quebra da tradição também deve ser considerada. As pessoas não ligam para isso como antes. Nossos pais, tios e avós levam a questão de substituir a carne vermelha pelo peixe muito mais a sério", relata Diego, do Supermercado Estrela.

A expectativa geral é que a partir de amanhã as vendas melhorem. "A Sexta-feira Santa e a Páscoa são dias de ápice nas vendas. São feriados, com reuniões familiares, e as pessoas dão mais atenção para isso", relata o gerente da Peixaria Santa Paula.

A professora Marlene Donadão, 68 anos, esteve no supermercado ontem para buscar alguns itens para sua casa, mas os peixes não estavam entre eles. "Vim comprar outras coisas. Devo voltar na quinta-feira para comprar um peixe para o almoço de sexta-feira. Meus filhos não ligam muito para isso, mas minha mãe e eu não comemos carne vermelha entre sexta-feira e domingo", comenta.

Semer Sawan, 47 anos, técnico em edificação, não comprou peixe por considerar caro. "Talvez eu volte mais perto da sexta-feira para comprar sardinha, ou outro tipo barato. Os preços não ajudam. Fica difícil levar", expõe.
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