Valores pagos por imóveis residenciais retraem em PP

Segundo imobiliárias, por conta da crise, proprietários têm sido mais “abertos” a negociações com compradores interessados

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 07/01/2018
Horário 01:05
Marcio Oliveira, Imóveis residenciais na faixa entre R$ 200 mil e R$ 400 mil são os mais procurados na zona urbana prudentina
Marcio Oliveira, Imóveis residenciais na faixa entre R$ 200 mil e R$ 400 mil são os mais procurados na zona urbana prudentina

Ter a casa própria é um dos maiores sonhos colocados em pauta. Quem quer comprar, tende a encontrar os melhores meios para conseguir um valor mais juto. Por outro lado, quem busca vender, também acaba tendo que abrir mão e baixar os preços. Prova disso é que os valores de imóveis retraíram em Presidente Prudente. De acordo com imobiliárias atuantes na cidade, proprietários estão mais abertos às negociações com clientes, em vista da crise nacional, que inviabilizou a comercialização mais efetiva.

“Acontece da seguinte forma: o proprietário estipula uma cifra, o cliente manda uma proposta e aí as negociações começam”. Como explicado pela corretora de imóveis da imobiliária Rio Branco, Telma Oliveira da Silva, os negócios estão sendo fechados com preços mais baixos, por conta dessa conversa entre as partes. Além disso, ela ainda expõe outro cenário, no qual quem pensa em investir, prefere comprar três casas, por exemplo, no preço de uma no valor mais alto. Em uma análise, ela acredita que 2016 foi pior, mas 2017 já mostrou uma recuperação.

Por outro lado, há quem diga que o ano passado foi crítico. No caso da imobiliária Mell Imóveis, a secretária de vendas, Letícia Martins Ishizawa, caracterizou o período como “ruim”, em vista de que nos anos anteriores ainda conseguiam manter as vendas. Hoje, no que diz respeito às negociações, ela concorda que os valores diminuíram, mas não muito. “Por entrar na linha de financiamento, as residências entre R$ 250 mil e 400 mil, são as mais procuradas, também por serem mais acessíveis”, completa. Para o estabelecimento em questão, o Jardim Maracanã e o Novo Prudentino são os mais relacionados.

Bairros esses componentes da zona sul de Prudente, assim como o Conjunto Habitacional Ana Jacinta, local mais procurado na Leal Imóveis. O proprietário, Helton Leal, também entende que os valores estão mais retraídos e diz que isso também foi impulsionado pelo corte no financiamento de imóveis, disponibilizados pela CEF (Caixa Econômica Federal). “Dependendo da necessidade, as casas saem até de 10% a 20% abaixo dos valores originais”, pontua. Sobre os cálculos dos valores, hoje, o m² de uma residência está na faixa de R$ 1,3 mil para novas e R$ 800 para usados, ainda conforme Helton.

O preço não difere muito da Kelly Imóveis, por exemplo, que vai entre R$ 1,2 mil e 1,3 mil para imóveis novos e R$ 800 nos usados. No entanto, mesmo assim, a margem de negócio caiu em torno de 70%, em comparação a antes “dessa crise imobiliária”, afirma o corretor de imóveis Alex Videira, que representa a imobiliária. “Na verdade, não tem nenhum volume de negociação. Quando há um interessado, a negociação está sendo feita, porém, mais favorável ao comprador e mais difícil ao vendedor, que à vezes até se submete a aceitação de outros tipos de pagamentos para fechar negócio, como um carro de volta, por exemplo”, considera.

Para 2018, de modo geral, as imobiliárias esperam que, com a suposta volta da modalidade de financiamento da CEF, ademais a queda dos juros, aconteça uma reação positiva. Desta forma, as negociações começam a ter volume, com o tempo, para que possa sair de uma queda e volta a subir, mesmo que lentamente.

 

Quadrimestre ruim

“O agravante é em relação à crise, mas também em virtude deste quadrimestre, que começou em novembro e acaba em fevereiro. É meio que cultural já, no qual o período de festas não é favorável para negociações de vendas”. Essa é a fala do delegado do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), de Presidente Prudente, Alberico Peretti Pasqualini, ao explicar o fato exposto pelos estabelecimentos. Para ele, os preços realmente baixaram, por conta da crise nacional de 2017, que foi acentuada ainda mais com os bloqueios de financiamentos. Assim como exposto acima, ele também entende que 2018 tem tudo para ser um ano de recuperação.

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