Valmir sobre barreiras sanitárias: “Está fora de cogitação no momento”

Secretário de Saúde de Prudente afirma que não vê viabilidade de tal ação para enfrentamento da Covid-19 e diz, ainda, que a Sesau não tem pessoal suficiente para a operação

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 29/05/2020
Horário 07:15
Arquivo - Valmir ressalta que não se pode comparar pequenas cidades com o maior centro regional
Arquivo - Valmir ressalta que não se pode comparar pequenas cidades com o maior centro regional

A comunicação institucional da Câmara Municipal de Presidente Prudente enviou nota a este diário na qual afirma que o vereador José Tabosa (MDB) sugeriu à administração municipal a instalação de uma barreira sanitária no Terminal Rodoviário "Comendador José Lemes Soares", para receber visitantes das mais variadas regiões que aportam no município, como medida de combate à Covid-19. A ideia, entretanto, é contestada pelo secretário de Saúde do munícipio, Valmir da Silva Pinto, que afirma não haver qualquer viabilidade na proposta e que, por enquanto, esta hipótese está descartada.

Nos últimos dias na região, várias cidades adotaram a medida. Anhumas, Presidente Epitácio, Presidente Venceslau e Teodoro Sampaio são exemplos de municípios que disponibilizaram equipe de funcionários da rede pública nas entradas da cidade para oferecer, dentre outras coisas, higienização com álcool em gel e aferição de temperatura, para pessoas que desejam adentrar o local.

É justamente essa a intenção de Tabosa, como o próprio afirma em ofício endereçado ao prefeito Nelson Roberto Bugalho (PSDB): “Estabelecer critérios e protocolos para recebimento de visitantes nesta cidade, por meio da rodoviária, examinando todas as pessoas que aqui desembarcarem, aferindo se estão com febre ou gripadas. Uma vez constatado pessoas gripadas ou com febre, estas deverão ser cadastradas e encaminhadas para uma unidade de saúde mais próxima”.

É, também, com base nos exemplos de outras cidades, que Valmir se opõe à barreira sanitária. “Se a barreira fosse implementada, para ter resultados, não deveria ser apenas na rodoviária, mas em todas as entradas do município, que, pelo que me parece, são 17 pontos entre rodovias, estradas e afins. Em uma cidade pequena é muito mais fácil, mas em Prudente não vemos viabilidade e nem temos pessoal para isso”, ressalta o secretário.

Para se ter ideia, a população somada das quatro cidades citadas no segundo parágrafo é pouco maior que a metade da população prudentina, estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de geografia e Estatísticas) em 2019, cerca de 228 mil pessoas.

PP: CENTRO

REGIONAL 

O titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) lembra ainda de outro aspecto que torna a situação de Prudente diferente de qualquer outra cidade da 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, a posição de centro regional. Diariamente, a capital do oeste paulista recebe milhares de pessoas que vêm a passeio e a trabalho, atraídas principalmente pelo setor do comércio.

Tal fluxo, que pode ter sido até reduzido diante da quarentena que restringiu o funcionamento do setor comercial, volta a crescer a partir da próxima segunda-feira, quando inicia a flexibilização da quarentena, visto que a região de Prudente foi classificada pelo Estado como uma das quais a situação frente ao coronavírus é uma das menos preocupantes de São Paulo, estando, portanto, na chamada fase 3.

“O fluxo de veículos em Prudente é muito grande, seria necessária uma organização muito complexa, e com a flexibilização torna as barreiras ainda mais inviáveis, mais gente e mais carros vão chegar. Prudente abastece o comércio de toda a região. Vamos fazer filas enormes para fazer análise e dificultar esse retorno das atividades econômicas? ”, questiona o secretário.

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