A história da vacinação ao longo de sua existência é de muito êxito e teve como melhoria a saúde a nível universal, com redução significativa da mortalidade. É uma das medidas mais eficientes na promoção de saúde coletiva e individual.
Ao longo da existência do PNI (Programa Nacional de Imunização) do Brasil, considerado um dos melhores do mundo, foram incluídas vacinas que protegem contra diversas doenças infectocontagiosas e que são imunopreveníveis (para prevenir). Essas vacinas fazem parte do calendário nacional e são consideradas de rotina, importantes para todos os ciclos de vida (de recém-nascido ao idoso).
Nos últimos cinco anos que antecederam a pandemia da Covid-19, a cobertura vacinal das doenças imunopreveníveis estava em queda e tal situação vinha sendo motivo de estudos e implementação de estratégias para vencer os motivos pelos quais a população não estava valorizando essa medida de promoção e prevenção.
Esses estudos apontaram que o ato de vacinar é considerado uma ação cultural e geracional, que passou da geração que valorizou a vacinação por ter vivenciado epidemias de febre amarela, sarampo e difteria para a geração que não conhece essas doenças; além de certa influência negativa dos movimentos antivacinas e pelo próprio sucesso do PNI.
A maior redução da cobertura vacinal está atrelada à baixa visita ao serviço de saúde em decorrência do medo da Covid
Atualmente, mesmo com a comprovada eficácia no controle de doenças infecciosas e seu impacto positivo na qualidade de vida em todos os ciclos de vida, observamos, ainda, a continuidade desta queda, porém, neste momento, a maior redução está atrelada à baixa visita ao serviço de saúde em decorrência do medo da infecção pelo novo coronavírus.
As organizações de saúde vêm estudando alternativas e intervenções para que, mesmo neste momento, no qual o foco está na vacina contra a Covid-19, que haja o aumento da taxa de coberturas das vacinas de rotina, pois existe uma preocupação emergente e real, a do retorno de doenças que já estavam controladas.
A desvalorização da imunização vai na contramão do que estamos vivenciando, momento em que a busca por vacinação em massa contra a Covid-19 tem sido vista como a esperança do mundo e a valorização da ciência como uma necessidade.