O Centro de Inovação da USP (InovaUSP) produzirá 1 milhão de máscaras para 8 mil profissionais em hospitais, por meio de grupos e cooperativas de costureiras mobilizadas pela empresa Tecido Social. As recomendações estarão disponíveis para indústrias, ONGs (organizações não governamentais) e pessoas interessadas em produzir máscaras caseiras com bom nível de proteção. Pesquisadores da universidade testam no momento os materiais que serão usados na produção das máscaras. Os estudos indicaram as matérias-primas mais adequadas para a proteção de profissionais de saúde e da população em geral, com eficiência de até 97% na retenção do vírus.
Cálculo para a segurança
Em entrevista para o Jornal da USP (Universidade de São Paulo), o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, um dos responsáveis pelo projeto, explica que o vírus da Covid-19 tem em média 120 nanômetros de tamanho (1 nanômetro é 1 bilhão de vezes menor que 1 metro).
"Já existem evidências científicas de que a eficiência na retenção para partículas tão pequenas varia muito entre máscaras de uma mesma classe e entre diferentes produtos usados para confeccioná-las", diz o professor. "O objetivo dos testes de diferentes máscaras é medir a sua eficiência para retenção de partículas nanométricas".
Máscaras caseiras também
"A máscara é uma barreira, um filtro, então foi medida a eficiência de retenção de partículas, comparando o número e as dimensões de partículas entre 10 e 600 nanômetros que chegam a um detector com ou sem máscara", relata o professor Vanderley John, da Escola Politécnica (Poli) da USP. A prioridade dos testes são máscaras utilizadas em hospitais, que precisam ser de TNT, um tipo de "tecido" feito de plástico. Também começaram a ser testadas máscaras produzidas com tecidos de algodão de camiseta, que serão produzidas para uso doméstico. O professor Artaxo aponta que os resultados tornarão possível selecionar os materiais para serem produzidos em massa, industrialmente. "Como não há, no mercado internacional, onde comprar hoje estas máscaras em grandes quantidades, teremos que adaptar novos materiais e testar com a nossa tecnologia", ressalta.
Dados digitais
A inteligência artificial será utilizada no Estado de São Paulo para monitorar os locais de concentração da população durante a quarentena e monitorar o percentual de isolamento. O Simi-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente de São Paulo) funcionará por meio de parceria do governo estadual com as operadoras de telefonia. Além de registrar a mobilidade dos paulistas, o sistema ainda enviará mensagens de alerta para regiões com maior incidência da Covid-19. Será possível consultar informações georreferenciadas de mobilidade urbana em tempo real nos municípios paulistas. As informações serão apresentadas em um modelo de "mapa de calor" que indica mais ou menos concentração populacional por localidade e também em diferentes períodos.
Boletim diário
A análise estratégica digital indicará tendências de deslocamento e apontará a eficácia da quarentena em vigor até o dia 22 de abril. A adesão considerada ideal para controlar a disseminação da pandemia é a partir de 70%, segundo os especialistas. Na quarta-feira, o índice estadual era de 49% (51% na capital). A secretária do Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, diz que o índice nunca ultrapassou 60%, mas a média dos países que aplicaram a quarentena atingiu de 70% a 80% em algum momento. A ideia é divulgar os dados do isolamento em todas as regiões de São Paulo em um boletim diário.
Prioridade nas patentes
Os processos de licenciamentos e patentes de novas tecnologias e inovações que possam ser usadas no combate à pandemia terão prioridade de análise pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) até 30 de junho de 2021. Já foram feitos 141 pedidos de patentes para métodos de diagnóstico para coronavírus e outras viroses respiratórias, incluindo o teste em animais. O órgão também criou o Observatório de Tecnologias Relacionadas à Covid-19 com o objetivo de divulgar tecnologias que contribuem para o enfrentamento da pandemia como vacinas, medicamentos, testes para diagnóstico, máscaras e equipamentos de saúde.
Agronegócios de vento em popa
A pandemia da Covid-19 não afetou o andamento da safra brasileira. A estimativa brasileira da produção de grãos caiu levemente de 251,9 milhões para 251,8 milhões de toneladas. A soja e o milho vão muito bem, seguido de algodão, arroz, feijão e sorgo, que também devem registrar incremento na produção
Exportações se mantêm
As exportações do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre de 2020 somaram US$ 21,4 bilhões e ficaram estáveis em relação ao mesmo período do ano passado (leve queda de 0,4%), segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Ministério da Economia. A China foi o principal destino das vendas externas. Houve grande demanda por soja, carne bovina, carne de frango e algodão em bruto.