Universitária cria projeto de centro recreativo para deficientes visuais e encaminha à Prefeitura

Estudante partiu da premissa da arquitetura sensorial, que promove espaços envolvendo sentidos humanos, proporcionando texturas e aromas

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 02/02/2021
Horário 17:49
Foto: Cedida
Projeto oportuniza que usuário com deficiência visual tenha todas as necessidades atendidas e respeitadas
Projeto oportuniza que usuário com deficiência visual tenha todas as necessidades atendidas e respeitadas

Um olhar integrado sobre o futuro e a acessibilidade inspirou a aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da Toledo Prudente Centro Universitário, Larissa Ferrari, a elaborar um projeto para a criação de um centro recreativo para pessoas com deficiência visual. O material, voltado às inclusões social e cultural, será enviado à Prefeitura de Presidente como recomendação em fevereiro deste ano.

Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), após a revisão do método de coleta de dados e informações referentes às pessoas com deficiência (seguindo às recomendações do Grupo de Washington), o número atual, conforme o Censo 2010, corresponde a 12,7 milhões de brasileiros, sendo que mais de 143 mil pessoas se declaram cegas. Um novo censo estava previsto pelo instituto para ser realizado em 2020, entretanto, devido à pandemia de Covid-19, foi adiado.

Ao perceber a necessidade de oferecer um espaço acessível a essas pessoas, Larissa decidiu “ir além das paredes e belezas” propostas em projetos arquitetônicos durante a elaboração de sua monografia, que levou cerca de um ano para ser concluída. “Nas buscas por um tema, encontrei o conceito de arquitetura sensorial. Como pretendia promover uma pesquisa de cunho social, que pudesse proporcionar a integração das pessoas, decidi fazer um projeto voltado às pessoas com deficiência visual”.

Com ênfase na materialização de conceitos, ideias e sensações, a arquitetura sensorial é a experiência de traçar um projeto envolvendo os sentidos humanos, proporcionando ainda texturas e aromas.

“Para atender às necessidades, o projeto foi feito em plataformas. Dessa maneira, é possível que o deficiente visual tenha acesso à cultura, lazer e esporte. Foram inseridas salas de informática, biblioteca, uma praça de alimentação, quadra, piscina e um jardim sensorial”, explica a estudante.

A professora do curso e orientadora da monografia, Luiza Sobhie Muñoz, relata que o “projeto foi desenvolvido de maneira bastante minuciosa, para que o usuário pudesse ter uma experiência confortável, divertida e, principalmente, pudesse se sentir incluído, tendo todas as suas necessidades atendidas e respeitadas”.

“A escolha do tema foi muito relevante, pois mostra como é importante projetar espaços adequados e inclusivos e, assim, contribuir para a construção de uma cidade mais igualitária e acessível”, ressalta.

Acessibilidade

Portadora de retinose pigmentar (uma doença degenerativa que causa perda da visão), a estudante do curso de Direito do centro universitário e ativista do movimento LGBTQ+, Walleria Suri Zafalon, conta que vê essas iniciativas como resultado do estímulo da instituição em sua preocupação constante com a inclusão e acessibilidade.

“Dessa forma, acaba também estimulando os alunos para canalizarem seu potencial e conhecimento acadêmico para construções de soluções que contribuam de forma concreta no enfrentamento das exclusões sociais. Saber que existem alunos que dedicam suas pesquisas acadêmicas nesse enfrentamento, já me faz sentir bastante incluída”, avalia.

Fotos: Cedidas

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