Desde o dia 1º de setembro, Presidente Prudente conta com um novo serviço ligado à Central de Ambulância Same (Serviço de Atendimento Móvel de Emergência) 192, é a USA (Unidade de Suporte Avançado), que nos primeiros nove dias de ação realizou 55 atendimentos e demonstrou suas vantagens: conforme o supervisor da central, enfermeiro Marco Aurélio Lúcio, a USA diminui custos, reduz a sobrecarga em UPAs (Unidades de Pronto -Atendimentos), além de colaborar na redução de aglomerações nestes locais.
Este serviço, de acordo com Marco Aurélio, era uma demanda antiga do Same, que, devido à pandemia da Covid-19, foi tirado do papel. A nova doença aumentou o número de remoções de pacientes graves das UPAs para hospitais da cidade e região, de acordo com as vagas disponibilizadas pelo sistema Cross (Central de regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) do Estado de São Paulo. Portanto, nunca houve tanta necessidade de um transporte de ambulância com presença de médico, equipamentos e medicamentos para tais casos.
“Antes da USA, quando fazíamos remoção de pacientes graves, como o caso de pacientes intubados, precisávamos levar conosco o médico plantonista da UPA, e até alguns equipamentos da unidade, situações que sobrecarregavam as UPAs. Agora, temos o próprio médico contratado, enfermeiros, técnico de enfermagem, motorista e equipamentos como respirador de transporte, bomba de infusão, cardioversor, desfibrilador, aspirador... tudo que precisa em uma UTI [Unidade de Terapia Intensiva], tenho dentro da ambulância”, explica Marco Aurélio.
Em suas palavras, com o veículo equipado e com o profissional da medicina, se for preciso intubar na ambulância, intuba, se for preciso medicar, medica. Desta forma, alguns casos, desde o início da operação da USA, ele conta, foram resolvidos no local, sem necessidade de encaminhar o paciente para tratamento hospitalar. Ele exemplifica com o caso de pessoas que estão desacordadas por complicações da diabetes e que com aplicação de insulina rapidamente se recuperam, ou até casos de crises de ansiedade.
Desta forma, com a possibilidade de resolver in loco, mais espaços sobram no sistema de saúde, que nos últimos meses sofreu com o temor da lotação.
Um serviço semelhante, mas estadual, já era feito na cidade, o Grau (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências). Ele, entretanto, apesar de contar com médico, medicamentos e equipamentos, não possui ambulância, e necessita da parceria da Same para atender os pacientes e encaminhá-los, se necessário, para uma unidade de saúde.
Marco Aurélio reitera que com a USA é possível fazer um atendimento melhor, o que significa um grande avanço para a saúde de Prudente. Além do recurso material que proporciona esse cenário, o supervisor destaca o recurso humano.
Há 22 anos, o serviço da Central de Ambulância atua em Presidente Prudente. Boa parte dos que atuam hoje pela equipe, o fazem há muito tempo ou tiveram experiências anteriores que garantem a eles proficiência nos equipamentos. “A nossa dúvida era o respirador de transporte, então, levamos os 10 funcionários ao HR [(Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo], para realizarem um treinamento junto ao chefe da fisioterapia do hospital. Os que foram estão repassando aos demais, já que temos feito rotatividade de profissionais na USA, para que todos se familiarizem à rotina”, enfatiza Marco.
O supervisor destaca as parcerias com o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, com a Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), que une a prática da profissão com as novidades acadêmicas, “aquilo que há de mais atual”. Da mesma forma que recebem formações das instituições, recebem alunos de Medicina e Enfermagem para demonstrar a rotina.