Na tarde e na noite de terça-feira, a lotação na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Ana Jacinta, em Presidente Prudente, levou moradores a esperarem pelo atendimento em pé na unidade de saúde. Funcionários e usuários da saúde municipal encaminharam à reportagem fotos revelando a alta demanda de pessoas buscando uma consulta no local.
Um trabalhador da unidade, que não quis se identificar, resumiu a situação como "caótica" e informou que só durante a tarde a UPA teve o atendimento recorde de mais de 300 pessoas. Segundo ele, às 21h havia pacientes que aguardavam desde às 16h. No entanto, a
reportagem foi até o local na manhã de ontem e o atendimento já estava normalizado, sem grandes filas de espera ou pessoas em pé.

Prefeitura analisa maneira de amenizar situação em UPA
O secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, esclarece que dois fatores contribuíram para um crescimento na demanda de atendimentos na unidade de saúde nas últimas duas semanas. O primeiro é o início do ano letivo, com o aumento de casos de virose em crianças – visto que no período escolar essas doenças se proliferam com mais facilidade, consistindo em um fenômeno sazonal.
O segundo fator é o mesmo que levou o DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) a mudar a assistência referenciada do HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo: o crescente atendimento de casos que deveriam ser recebidos por UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e ESFs (Estratégias de Saúde da Família).
O HR era uma unidade de "portas abertas", recebendo qualquer paciente independentemente da complexidade de seu caso. No entanto, os casos mais simples "sobrecarregavam o serviço da unidade, tanto na estrutura física quanto na demanda de profissionais e oneração do sistema de saúde", conforme a Secretaria de Estado da Saúde. Por isso foi necessário "fechar o pronto-socorro" para receber apenas os pacientes que se enquadram na referência do HR, que é média e alta complexidade.
A Unidade de Pronto-Atendimento agora padece do mesmo problema que o hospital enfrentou no passado. "A população percebeu que a qualidade do atendimento é muito boa e procura a UPA e mesmo em situações de patologias crônicas que precisam ser acompanhadas em UBSs ou de casos simples, e não para os de urgência e emergência", afirma Valmir.
O secretário municipal acrescenta que analisa junto aos técnicos a melhor forma de resolver o problema e esclarecer aos prudentinos sobre quais unidades deverão procurar, para diminuir o direcionamento equivocado da população. Ele reforça que a lotação não foi resultado de falta de médicos, visto que a UPA possui quatro plantonistas das 7h às 19h, três das 19h à 0h e outros dois da 0h às 7h, mantendo uma quantidade de médicos maior à exigida pelo Ministério da Saúde. Além disso, esclarece que ainda no primeiro semestre a UPA da zona norte deverá ser entregue, absorvendo também parte da demanda da unidade do Ana Jacinta.
TEMPO DE ESPERA
O tempo de espera do paciente segue um padrão de classificação de riscos internacional, no qual todo paciente é avaliado e classificado por enfermeiros treinados que aferem os sinais vitais e o seu quadro.
Casos simples
São classificados com a cor azul e poderiam ser resolvidos nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou nas ESFs (Estratégias de Saúde da Família). A pessoa pode esperar por até quatro horas;
Gravidade moderada
Nessas situações a cor concedida é o verde e o tempo de espera é de até duas horas;
Urgência
Casos que recebem a cor amarela e podem aguardar até 30 minutos;
Emergência
São os casos mais graves, classificados com a cor vermelha, que devem ter atendimento imediato e serem encaminhados direto para a sala de emergência.
Fonte:
Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista)