O Dia de Finados, celebrado anualmente em 2 de novembro, tem como objetivo relembrar aqueles que partiram desta vida, no ponto de vista espiritual. O costume de orar pelos mortos é uma realidade desde os primeiros tempos do cristianismo e foi conservado pelas comunidades cristãs. Aos que visitam o cemitério e rezam pelos mortos, inclusive, a igreja concede indulgência plenária. Em Presidente Prudente, no Cemitério Municipal São João Batista e no Cemitério Municipal Campal, a estimativa é de que 13 mil pessoas tenham passado por uma das unidades, conforme a administração.
Como é de costume, por toda parte diversas pessoas se reuniam ao redor dos túmulos de familiares e amigos com a intenção de rezar e recordar das lembranças que fazem falta no dia a dia. Entre os visitantes, a reportagem encontrou uma família bem unida e com um só propósito: relembrar aqueles que já não vivem mais neste plano.
Segundo o vendedor autônomo, José Carlos Tomaz, 67 anos, seguir até o local ao lado de sua esposa Maria Aparecida e a mãe Marlucia Silva, é uma ação voluntária e anual. “Não podemos esquecer aqueles que já se foram e não estão mais fisicamente entre nós. Hoje, é um dia em que devemos voltar nossas atenções para eles”, explica. Mesmo com a situação atual de pandemia, José explica que se sentiu seguro ao visitar o Cemitério Municipal São João Batista, principalmente pelas questões sanitárias adotadas no local. “Não tem muita gente e mesmo as que estão aqui, estão em família e distantes”, descreve.
Outra pessoa que não deixou de relembrar os que já se foram foi a aposentada Terezinha Ferreira, que seguiu até o local queimar velas para seus entes queridos. “Eu venho sempre no Dia dos Pais e no Dia das Mães, mas neste ano eu não consegui vir. Então, no Dia de Finados eu não poderia deixar de relembrar os meus antepassados”, afirma.
No silêncio do dia também encontramos a dona de casa Maria Aparecida Moreira, 72 anos, que seguiu até o Cemitério São João Batista para prestar homenagens aos pais e ao irmão, ambos falecidos. “Estar aqui é uma coisa de costume, uma coisa que nós aprendemos desde criança. Então, eu deixo os meus afazeres e sigo até aqui como uma obrigação”, explica.
Para evitar a propagação da Covid-19, alguns protocolos sanitários foram adotados visando à segurança dos visitantes. Para tanto, em ambos os cemitérios houve controle de acesso, aferição de temperatura e higienização das mãos. Os transeuntes com temperatura acima de 37,5ºC não puderam entrar nas necrópoles e foram orientados a retornarem para suas residências e, no caso de outros sintomas, a procurarem por atendimento médico.
Mas, a tradição segue mantida! “Levando em consideração a pandemia e que nesses últimos dias já houve um aumento expressivo no número de visitantes no cemitério, acreditamos que hoje passará umas 10 mil pessoas aqui [Cemitério Municipal Campal]. No Cemitério Campal, acreditamos que teremos cerca de 3 mil visitantes”, explica o administrador dos cemitérios, Carlos Alberto de Lima.
SERVIÇO
Amanhã, em razão do feriado do Dia do Funcionário Público ter sido transferido para a data, os cemitérios estarão fechados. Hoje, será retomado o atendimento em horário reduzido, das 9h às 11h.
Fotos:Weverson Nascimento
Ação anual: José Carlos seguiu até o local ao lado de sua esposa Maria Aparecida e a mãe Marlucia
Terezinha seguiu até o local queimar velas para seus entes queridos
“Estar aqui é uma coisa de costume” diz Maria Aparecida