Após o governador João Doria (PSDB) publicar decreto que autoriza a abertura de licitação para a concessão dos serviços de operação, manutenção, exploração e ampliação da infraestrutura aeroportuária dos 22 aeroportos da rede estadual, a UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região) divulgou nota em que diz ser "contrária ao modelo de contrapartidas adotado", porque não contempla a construção de um novo terminal no Aeroporto Estadual Adhemar de Barros, em Presidente Prudente, "somente uma mera ampliação".
Segundo a entidade, "é inegável que o aeroporto prudentino tem capacidade para se tornar uma referência cada vez maior". O presidente da UEPP, Renato Mungo, lembra que, em 2009, o aeródromo ganhou uma reforma que permitiu a ampliação da pista e operacionalização, porém, com o passar dos anos, o número de voos aumentou, sendo considerado o terceiro do interior paulista com maior movimentação.
“Dessa forma, há anos a sociedade civil, entidades e governo municipal reivindicam novas adequações na pista, construção de novo terminal de passageiros e modernização dos equipamentos e navegação aérea”, ressalta.
Mungo acrescenta que, em 2019, o governo municipal doou uma área de 248.957,97 metros quadrados ao Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo). O projeto possibilita, além de um novo terminal, também a implantação da sede própria da Receita Federal no município, fazendo com que Prudente seja um polo de distribuição (posto alfandegário) e internacionalização.
Portanto, a concessão permitiria um novo saguão, integrado com o projeto da Receita Federal. “Com essa modernização, seria beneficiado com um Hub, constituindo conexão de voos para as companhias aéreas; e transportes de carga multimodal”, frisa o presidente da UEPP.
Em fevereiro passado, UEPP, deputado estadual Mauro Bragato (PSDB), prefeito Ed Thomas (PSB), vereador William César Leite (MDB), Aviesp (Associação das Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo), Codepp (Conselho de Desenvolvimento de Presidente Prudente), 29ª Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente) e Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Presidente Prudente) estiveram reunidos com a subsecretária de Parcerias, Tarcila Reis Jordão, e corpo técnico do governo, em São Paulo.
Na oportunidade, foi entregue ofício com tais reivindicações. Em resposta, ela havia se comprometido, junto ao seu corpo técnico, a rever os parâmetros a serem levados para o investidor privado. "E, embora isso não tenha se consolidado, a UEPP continuará pressionando e acompanhando o processo". “Recebemos a resposta negativa dois dias antes do anúncio do decreto, mas estamos mobilizando a sociedade civil e autoridades para este grave erro. Não podemos deixar uma árdua luta de anos ser relegada desta forma”, pontua Mungo.
Em nota, a Secretaria Estadual de Logística e Transportes informa que estão previstos para o Aeroporto de Presidente Prudente investimentos de R$ 56 milhões em 30 anos, sendo R$ 13,9 milhões nos primeiros quatro anos de concessão, que deverão ampliar a capacidade de operação no terminal de passageiros e bagagens no aeroporto. "Caso ocorra futuramente necessidade de realização de novos investimentos, o contrato de concessão permite acompanhamento dos indicadores com mecanismos para revisões periódicas", comunica.
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