A UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e região) se reuniu na manhã de ontem com a Rumo/ALL (América Latina Logística), para mais uma vez tratar do destino da Malha Sul, ferrovia que liga Presidente Epitácio a Ourinhos (SP). E após não ter nenhum resultado ou avanço nas tratativas, a entidade prudentina fez uma avaliação “bem negativa” do encontro, que tem sido encarado como “apenas para cumprir tabela”.
Esse é posicionamento do diretor da UEPP, Gabriel Coquemala. À reportagem, ele comenta que nada de novo foi apresentado pela empresa, que solicitou “reunião às pressas”. Aliás, ele coloca que esse posicionamento, “de última hora”, atrapalha as tratativas. “Não comunicam com antecedência, e aí, quando ocorre o encontro, não há tempo hábil para mobilizar empresários pertinentes ao setor”, completa.
Por outro lado, ele lembra que já foi provado documentalmente à Rumo, que a região possui mercado, com demanda de transporte que chega a “1 milhão de toneladas por ano”. No entanto, aos olhos do diretor, a empresa parece não ter interesse de reativar a malha, por conta do sucateamento da ferrovia, “que hoje está grande”.
Ele também não deixa de comentar que as proposta apesentadas, no que diz respeito aos valores possíveis de serem comerciados na região, vão além do que necessário. “Eles apresentaram um estudo que fizeram, com a proposta de cobrar R$ 182 a tonelada do transporte. Mas, comparando o trecho com a mesma quantidade de km [quilômetros] com outros locais, a cobrança é de aproximadamente R$ 70. Não faz sentido”, frisa.
E ao ser questionado sobre os próximos passos, Gabriel destaca que a UEPP continua firmemente buscando, por fora, o auxílio de deputados, senadores, enfim, “pessoas que possam interceder pela região e conhecer o potencial que existe”, finaliza.
Rumo/ALL
Em nota, a Rumo/ALL disse que vem cumprindo o seu papel de concessionária ferroviária de cargas, e esclarece ainda que realiza, encontros semestrais em Prudente. “Nestas reuniões a empresa apresenta soluções de transporte para a região, de acordo com a demanda captável. A Rumo ainda sempre se ofereceu para firmar contratos comerciais de longo prazo com possíveis interessados”, informa.
Contudo, até o momento, a empresa alega que não foi recebida nenhuma proposta solidamente viável em contratar a longo prazo o transporte de mercadorias, “que é um requisito fundamental para a subsistência deste tipo de transporte”.
