O mercado de turismo paulista vai seguindo de vento em popa. De longe, é o Estado brasileiro onde ocorre a maior presença de turistas do país e do exterior e, consequentemente, do consumo e gastos nos serviços. No mês de julho último, o faturamento de turismo nas diferentes regiões do Estado foi de R$ 8,4 bilhões, o que representou 41,1% das vendas nacionais das empresas ligadas ao turismo, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Litoral Norte
“São Paulo e Litoral Norte” é um dos roteiros que serão atendidos por um programa do Ministério do Turismo em parceria com Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo). O 21º Seminário Itinerante do Investe Turismo, realizado na capital segunda-feira, anunciou que a rota levará ações para Ilhabela, Bertioga, Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião. O Investe Turismo selecionou 30 rotas turísticas estratégicas no país, englobando 158 municípios. O investimento inicial será de R$ 200 milhões.
Ecologia e aventura
Diversão, bem-estar no contato com a natureza e liberação de adrenalina são algumas das sensações registradas pelos amantes do turismo ecológico e de aventura, segundo destaca a CNM (Confederação Nacional de Municípios). O Brasil registra o primeiro lugar do mundo em biodiversidade e recursos naturais. Nos últimos anos, o país tem se destacado mundialmente por impulsionar esses dois segmentos turísticos – em 2018, o crescimento foi de 20%.
Atrativos ao ar livre
A Organização Mundial do Turismo contabiliza 1 milhão de viajantes em busca de atrativos ao ar livre – mercado que movimenta mais de US$ 70 milhões só no Brasil. Os destinos nacionais, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura, recebem mais de 5 milhões de turistas e envolve 2 mil empresas especializadas, além dos empregos indiretos. De acordo com o Ministério do Turismo, essas empresas faturam em torno de R$ 500 milhões por ano.
Ambiental
Enquanto o ecoturismo promove o patrimônio natural e cultural, o de aventura propõe atividades diversas nesses ambientes. Classificado também como turismo ambiental, o segmento se desenvolve em trilhas, cachoeiras, montes, rios, lagos, cavernas e parques. E dentre as diversas atrações radicais, destacam-se rapel, escalada, montanhismo, bungee jump, cicloturismo, boia-cross, rafting, flutuações, arvorismo, tirolesa, canoagem, surf, windsurf, mergulho, kitesurf e voo livre.
Um guia paulista
O Estado de São Paulo é guardião de importantes remanescentes de Mata Atlântica, uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, bem como de outros biomas igualmente ricos e diversificados. Uma das sugestões do Guia de Áreas Protegidas, da Fundação Florestal, é o Vale do Paraíba. A região conduz o visitante à Serra da Mantiqueira ou ao Litoral Norte. Abriga importantes Unidades de Conservação como a APA (Área de Proteção Ambiental) São Francisco Xavier, a Estação Ecológica de Bananal e os Viveiros Florestais de Pindamonhangaba e de Taubaté. A exemplo de outras regiões do Estado, as opções são muitas: florestas, praias, montanhas, cachoeiras, cavernas e paisagens diversas.
Um exemplo de ecoturismo
Marli Mendes da Silva é artesã em Itaóca, no Vale do Ribeira. Até um ano atrás, produzia uma panela de cerâmica por semana, que a ajudava a complementar a renda. Neste ano, participou de um curso de capacitação que ensinou artesãos, como ela, e comerciantes locais, a darem mais visibilidade aos empreendimentos. Em sua cidade, que tem vocação para o ecoturismo, com trilhas para cavalos, ciclismo e cachoeiras, foram instaladas placas de sinalização para que os turistas que visitam a da região saibam onde estão os artesãos. O resultado foi imediato “Com isso as vendas alavancaram. O povo passa, vê a plaquinha e vem conhecer o trabalho da gente”, diz ela.
No país
O turismo nacional está faturando mais este ano do que em 2018. Em julho, o faturamento chegou a R$ 20,4 bilhões, o que representa uma alta de 9% em relação ao mês anterior, e 1,5% sobre o mesmo período do ano passado. Foram gerados nesse mês 25.049 novos empregos no país em relação ao mesmo mês de 2018. Na receita total do setor, os segmentos de restaurantes e similares e de transporte de passageiros representaram 80,5%, com faturamento de R$ 10,8 bilhões e R$ 5,6 bilhões, respectivamente.
PIB turístico
Outra estatística, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta crescimento de 4,4% no setor em julho de 2019 em relação ao mesmo período em 2018. Segundo o governo federal, o turismo está entre os principais segmentos da economia, que apontam alta mês a mês. No trimestre maio, junho e julho, o setor de turismo registrou crescimento de 5,8% na geração de empregos na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério do Turismo, o setor já representa 8,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2018, o PIB do turismo somou 152,5 bilhões, o que representa um crescimento de 3,1% na comparação com 2017. No total, o setor emprega 6,9 milhões de pessoas.