Túmulo de Berta Lúcia atrai visitantes em feriado

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 03/11/2017
Horário 12:08

A pequena casa em tons de branco e rosa chama a atenção de quem passa pelo cemitério municipal São João Batista, em Presidente Prudente. As escadas repletas de flores e a fila de espera para adentrar ao local, sinalizam que ali está o túmulo da menina prudentina milagreira, que é motivo de tradição aos moradores de toda a região. As visitas contam com entrega de bonecas, flores e pedidos às crianças e curas de doenças.

Berta Lúcia nasceu no dia 15 de novembro de 1939 e, aos quatro anos, faleceu vítima de meningite na cidade. Como na época não existiam muitos recursos, a criança não sobreviveu às crises de vômito e febre alta. A história da garotinha é conhecida desde o seu falecimento, em 1944, pois conta-se que ela, ainda pequena, já apresentava diferenças em relação às outras crianças de sua idade.

Conta-se ainda que um descendente de japonês foi curado de uma doença por Berta Lúcia, ao solicitar bênçãos, e construiu o pequeno memorial como forma de agradecimento.

 

Devoção

No meio da fila, já nos degraus para visitar a pequena milagreira, uma cena ganhou destaque. A dona de casa Ana Cláudia Overbeck, 29 anos, acompanhada da filha de seis anos e duas sobrinhas, uma de dez e outra de seis anos, aguardava a oportunidade de entrar no túmulo e ensinava às crianças a história de Berta Lúcia. Abordada pela reportagem, Ana afirma que desde criança visita o túmulo com os familiares e, por isso, resolveu trazer a filha para manter a tradição e agradecer a benção alcançada. “Tenho dificuldade para engravidar e no ano passado, no feriado de Finados, visitei ela e pedi para que eu ganhasse uma nova criança, aqui estou grávida de dois meses”, expõe.

A dona de casa ressalta que em quase todos os anos trouxe bonecas, além de realizar os pedidos, mas salienta que por estar desempregada não conseguiu trazer brinquedos como forma de agradecimento. “Independente se há ou não a entrega da boneca, acredito que ela entende e atende aos nossos pedidos”.

O aposentado, Antônio Cannevale Neto, 69 anos, lavava o rosto, emocionado, em uma torneira que fica ao lado das escadas do túmulo de Berta Lúcia. À reportagem, o homem destaca que é devoto há mais ou menos 20 anos e acredita no “poder” da oração. “Vejo que até a água desse lugar é benéfica, por isso faço questão de lavar o rosto. Ela morreu tão jovem e já proporcionou tanto bem às pessoas. Entrei, orei e queimei uma vela pela alma dela”, comenta.

Acompanhada do marido, a aposentada Jandira dos Santos Ferreira, 56 anos, afirma que sempre que passa pelo cemitério garante a queima de vela e a homenagem à menina milagreira. “Minha filha vem mais tarde para trazer uma boneca, pois fez um pedido e espera alcançar a graça solicitada”. A aposentada afirma ainda que é importante não somente fazer os pedidos, mas também orar pela alma da criança, que “se foi” tão cedo.

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