Trombofilia: se existem exames e tratamento, por que dificultar?

EDITORIAL -

Data 08/07/2022
Horário 04:15

Para muitos, a palavra é desconhecida. A grande maioria das pessoas só passa a saber, de fato, o que é a trombofilia, quando ela ou alguém próximo precisa lidar com suas graves consequências.
Ao contrário do que muitos pensam, a trombofilia não é uma doença. Ela pode ser definida como uma predisposição elevada à formação de trombos (coágulos de sangue), que podem obstruir as veias, desencadeando quadros de trombose, AVC ou embolia pulmonar. 
Na gravidez, as chances de uma complicação são ainda maiores, já que toda gestante tem um aumento da coagulação. Além de colocar em risco a saúde da mãe, a trombofilia pode levar a abortos precoces, morte fetal, restrição de crescimento intrauterino e ainda prematuridade. 
Antes o problema era ainda pior, pois a trombofilia - que pode ser hereditária ou adquirida, com o uso de anticoncepcionais, por exemplo - não era tão conhecida e falada. Abortos dificilmente eram investigados. Exames só eram pedidos após três ou quatro percas, um processo extremamente doloroso à mulher, principalmente aquela que sonha em ser mãe. 
Hoje existem vários exames para detectar o problema. Muitos deles, infelizmente, são caros e alguns nem cobertos pelos planos de saúde são. Pensando nisso, a vereadora Miriam Brandão Ribeiro (Patriota) criou uma lei em Presidente Prudente, que foi publicada segunda-feira no Diário Oficial do município, que obriga exames de trombofilia em meninas e mulheres entre 10 e 49 anos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Conforme a medida, que já está em vigor e foi destaque neste jornal na edição de terça-feira, os estabelecimentos da rede municipal de saúde deverão fixar, em lugar visível, placa informativa para que a população tenha conhecimento a respeito do direito à realização dos exames.
A lei também aponta que o órgão responsável pela saúde fomentará campanhas sobre os riscos de trombofilia em mulheres que fazem uso de anticoncepcional e são portadoras do gene, além dos cuidados que a gestante precisa ter para a prevenção e o tratamento, que é feito com o uso de anticoagulantes. 
Informar sobre o problema é extremamente necessário. A trombofilia é uma doença silenciosa, sorrateira e, por vezes, cruel. Se há qualquer suspeita, investigue. 

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