Trilha sonora de prudentino recebe prêmio Sony Future Filmmaker

Lucas Meneguette assina a composição juntamente com Zé Pires, para o documentário “Os Bons Botos”, do diretor Pedro Furtado 

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 08/03/2023
Horário 08:00
Foto: Reprodução/YouTube
Golfinhos que ajudam os pescadores de Laguna, em Santa Catarina
Golfinhos que ajudam os pescadores de Laguna, em Santa Catarina

É do prudentino Lucas Meneguette e José Carlos Pires Junior, o Zé Pires, a trilha sonora do documentário “Os Bons Botos” (“The Good Dolphins”), que venceu o prêmio Sony Future Filmmaker na categoria Meio Ambiente, recentemente. Segundo Lucas, a trilha foi composta a pedido do diretor Pedro Furtado, que deu orientações sobre ritmo, teor emocional e caráter estético das cenas. 
“Ele nos deixou bastante livres para desenvolver as músicas e foi igualmente colaborativo. Optamos por apresentar instrumentos e ritmos comuns na música brasileira. Como tanto eu, quanto o Zé somos multi-instrumentistas, gravamos quase tudo: ele, violão, viola, flauta e clarinete; eu, violão, contrabaixo, piano e sintetizador”, expõe Lucas, acrescentando que também tiveram a colaboração da aluna Larissa Prutki, que se dispôs a gravar violoncelo. 
Segundo Lucas, a trilha procura respeitar a apresentação dos personagens, sem atrapalhar a inteligibilidade dos diálogos, e enfatiza alguns momentos dramáticos, como a hilária descrição dos apelidos dos golfinhos que ajudam os pescadores de Laguna (SC) a encontrarem cardumes, mas também, infelizmente, a notícia de que esses mesmos golfinhos estão sendo mortos por jet skis e por pescas predatórias de bagres. 

“PARTICIPAR DESSE TRABALHO FOI UMA GRANDE HONRA E SATISFAÇÃO, POIS ALÉM DE POSSUIR IMAGENS PRIMOROSAS E UMA EDIÇÃO FLUÍDA, A MENSAGEM QUE O DOCUMENTÁRIO TRAZ É ALARMANTE E URGENTE. VALE A PENA VER”
Lucas Meneguette

“Participar desse trabalho foi uma grande honra e satisfação, pois além de possuir imagens primorosas e uma edição fluída, a mensagem que o documentário traz é alarmante e urgente. Vale a pena ver”, indica o multi-instrumentista (https://youtu.be/pLBZRZHIQbY).
Lucas conta que conheceu Zé Pires em 2004, no Festival Internacional de Música de Londrina (PR), acompanhado do professor Valter Trevisan, que estava montando o curso de Tecnologia em Música da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e procurava um professor para assumir as disciplinas de áudio. “Ambos foram meus professores na faculdade e, anos depois, reencontrei o Zé como colega na Fatec Tatuí”. 

Prudentino da gema

Lucas não só é prudentino, mas escolheu o dia do aniversário da cidade para nascer. Isso mesmo, Lucas nasceu no dia 14 de setembro. Morou até os 12 anos no Parque São Judas Tadeu, e até os 19 no Jardim Petrópolis, com seus pais Arlete e Messias Meneguette. 
Começou a estudar música com 7 anos de idade, aos teclados. Parou logo e só voltou aos 13, ao violão, com um amigo. “Estudei guitarra na Escola Música Viva até os 18 anos, além de um ano de piano com o maestro Valter Trevisan. Em Prudente, integrou a banda de thrash metal Darkway, com a qual lançou um álbum e rodou o Estado participando de festivais de rock”, relembra.
Em seguida, com as pós-graduações e a docência, acabou focando na área de áudio para games. Seu primeiro lançamento foi em 2012, o jogo Guy vs the Wicked and Nefarious Land. Depois, montou um Núcleo de Áudio e Games na Fatec Tatuí, envolvendo alunos na sonorização de jogos, com diversos títulos lançados em parceria com o grupo Ludo Educativo e alguns jogos de desenvolvedores independentes, como Dininho Adventures, que foi lançado inclusive para Nintendo Switch. 
“Apesar de ter experiência na produção musical de artistas e na composição de música aplicada à imagem, minha primeira trilha para documentário foi a de ‘Os Bons Botos’”, frisa o multi-instrumentista prudentino, que hoje mora em Tatuí.

Mestre e doutor

Entre 2006 e 2007, estudou Tecnologia em Música na Unoeste. Em 2008, já formado, foi para São Paulo (SP), com sua esposa, para cursar mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Em seguida, fez doutorado no mesmo curso, e defendeu em 2016 uma tese sobre identidade sonora em jogos digitais. 
Além de ter tido bandas e produzido áudio para jogos, trabalha como professor universitário desde 2012. Lucas lecionou no curso de Jogos Digitais da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) até 2015 e, até hoje, integra o curso de Produção Fonográfica da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Tatuí, lecionando teoria musical, áudio e projeto Interdisciplinar. “Em 2013, nos mudamos para Sorocaba [SP], mais próxima de Tatuí, onde minha esposa fez Medicina. Finalmente, nos mudamos definitivamente para Tatuí no ano passado”, expõe o prudentino.

Fotos: Reprodução/YouTube

Lucas diz que a trilha procura respeitar a apresentação dos personagens, sem atrapalhar a inteligibilidade dos diálogos



 

Publicidade

Veja também