Tribunal do Júri de Pirapozinho condena trio por ocultação de cadáver em Sandovalina

Em julgamento que finalizou nesta quarta-feira, um dos réus foi sentenciado ainda por homicídio simples e, outro, por assassinato triplamente qualificado

REGIÃO - MELLINA DOMINATO

Data 13/02/2025
Horário 12:31
Foto: Arquivo
Sessão do Tribunal do Juri do Fórum de Pirapozinho foi iniciada em 8 de novembro do ano passado
Sessão do Tribunal do Juri do Fórum de Pirapozinho foi iniciada em 8 de novembro do ano passado

É prevista para esta quinta-feira, a liberação do sistema prisional de W. G. F., um dos três réus que foram julgados pelo Tribunal do Júri do Fórum de Pirapozinho, em sessão que iniciou na segunda e foi encerrada nesta quarta-feira. Os três homens eram acusados de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e participação em uma organização criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas. 

W.G. F. foi sentenciado a pena de um ano por ocultação de cadáver e será solto por já ter ficado preso por período superior à condenação. Já, um segundo envolvido, J. O. S. foi condenado a 17 anos e quatro meses de reclusão, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Por fim, o terceiro réu, R. S. M, recebeu pena de 11 anos, dois meses e 12 dias de prisão por homicídio simples e ocultação de cadáver. 

O crime, como noticiado neste diário, ocorreu em janeiro de 2023, no município de Sandovalina, quando o corpo de um homem, 34 anos, natural do Guarujá, foi encontrado em uma propriedade rural, com mais de 20 perfurações de faca e de arma de fogo. Em julho de 2023, com a conclusão do inquérito sobre o caso pela Polícia Civil, os três homens foram presos preventivamente. 

“Apurou-se que esses mesmos envolvidos atentaram, no dia 8 de janeiro de 2023, contra a vida de outra pessoa no município de Paranacity [PR] e, após esse primeiro crime, fugiram para o Estado de São Paulo, transportando outra pessoa que, posteriormente, foi executada e enterrada na cidade de Sandovalina”, informou a Polícia Civil, na época dos fatos. 

Sessão “conturbada”
O julgamento, segundo a Assessoria de Imprensa do advogado Caio Percival, defensor de W. G. F., se deu às portas fechadas, sem público e familiares, sob supervisão de pelo menos 50 policiais militares. A presença de oficiais garantindo a segurança no Fórum foi confirmada pela Polícia Civil e justificada pelo fato de o início da sessão, em novembro do ano passado, ter sido “conturbado”.
Em 8 de novembro de 2024, o julgamento foi interrompido após suposta divergência entre Caio Percival, que deixou o plenário e acusou o promotor de Justiça, Yago Lage Belchior, de parcialidade, postura xenofóbica e preconceito. 

Na ocasião, o MPE (Ministério Público Estadual), divulgou que, um advogado, conversando com seu assistente, disse em plenário que daria uma “surra” no promotor de Justiça. O comentário, considerado pelo órgão como “afrontoso e pseudo-intimidador”, teria sido ouvido pela juíza que dirigia os trabalhos, que multou o defensor por litigância de má-fé. 

Acionada pelo advogado e pela juíza, a Comissão Permanente de Direitos e Prerrogativas da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), na capital paulista, nomeou profissionais da classe para acompanharem o julgamento. “Nunca houve qualquer promessa de surra física contra o promotor. No júri, a arena do verbo, a luta é no campo das ideias, somente. Cumprimos o que prometemos”, declarou o defensor nesta quinta-feira.

Sobre o caso, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) afirmou que não se manifesta nem emite nota sobre questões inerentes a processos judiciais. “Toda e qualquer iniciativa das partes, se necessária, se dá via peticionamento nos autos ou nos órgãos competentes para a reclamação”, indicou à reportagem.
 

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