O clima de Natal é sempre bem-vindo em qualquer lugar. A data mais esperada do ano para os religiosos relembra o nascimento do menino Jesus, salvador da humanidade, na simplicidade de uma manjedoura. Tal cena relatada nas antigas escrituras perpetua até os dias de hoje e é sempre retratada através dos tradicionais presépios. Em Presidente Prudente, igrejas católicas encantam os olhos dos fiéis através de ornamentos ricos em detalhes, como é o caso da Paróquia São Judas Tadeu, e o simbolismo social retratado neste ano pela Paróquia Santa Rita de Cássia.
A história do presépio começou como tradição da igreja católica em 1223 com São Francisco de Assis, ao montar a primeira estrutura para retratar o nascimento do menino Jesus, conforme relata o pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Tiago da Silva Carvalho. “A ideia é trazer a igreja e os cristãos a essa essência da simplicidade e da humildade. É celebrar o nascimento de Cristo e ao mesmo tempo tomar posse de um presente, que é a graça e presença de Deus em nossas vidas”, explica. A partir do frade franciscano, a tradição do presépio foi sendo disseminada pelos cristãos, e hoje o propósito é que cada família construa um presépio em sua casa como um símbolo da preparação para celebrar o Natal, e também para acolher e receber Cristo.
Na comunidade São Judas Tadeu, a tradição do presépio natalino existe desde quando a unidade católica era apenas uma capela. O atual ornamento é uma obra de arte que veio de São João del-Rei (MG), está na igreja há dois anos e substituiu peças que foram se deteriorando com o tempo. Este, como qualquer outro presépio, tem o propósito de preparar a igreja para receber Jesus na celebração do Natal, explica o pároco responsável. “O presépio a cada ano tem uma perspectiva, mas o objetivo será sempre manifestar os desejos, anseios e propósitos, e ter essa certeza que o Natal para nós, cristãos, é um novo tempo”, explica. Na igreja, o presépio é montado todos os anos na festa de Cristo Rei e fica até o dia 6 de janeiro, data que celebra a festa dos Santos Reis – relato cristão que relembra a visita dos três reis magos a Emanuel, Deus conosco.
Em casa ou na igreja não existe uma regra de como tem que ser o presépio, explica padre Tiago. Ele começa com a Sagrada Família (Maria, José e Jesus) e os personagens vão sendo inseridos de acordo com o desejo, manifestação de cada casa, e a realidade de cada família. “Tem pessoas que montam o presépio na simplicidade, e têm àquelas que montam com ornamentos e tudo mais. Mas, o valor e o simbolismo são os mesmos. É o carinho, a devoção, o empenho, a dedicação nesta celebração do nascimento de Jesus”.
No caso da Paróquia Santa Rita de Cássia, o padre José Altino Brambilla relata que o presépio foi montado por membros da comunidade. “Vários grupos se empenharam demonstrando a diversidade e unidade da comunidade de fé. Compõe o presépio a sagrada família: a bem-aventurada Virgem Maria, São José e ao centro o menino Jesus, que será colocado na noite do Natal”, explica.
A paróquia chamou atenção da comunidade por reforçar a representatividade social. “Colocamos ao fundo um painel de uma favela lembrando que Jesus veio para os pobres e excluídos. Há algumas imagens negras como a Virgem Maria, um dos magos e o menino Jesus. O presépio é uma linguagem não escrita, mas em forma de imagens. É uma linguagem que todos podem ler, em qualquer lugar, língua ou cultura. Ele nos faz lembrar o acontecimento central da história da humanidade: a encarnação do Filho de Deus”.
Tradicionalmente, a figura do menino Jesus deve ser colocada em cena apenas no dia 25 de dezembro, noite de Natal. Para esta reportagem, portanto, a obra de arte foi solicitada para retratar os detalhes do presépio natalino.
Fotos: Paróquia Santa Rita de Cássia
Paróquia Santa Rita de Cássia apostou na representatividade social
Ao fundo, imagem de uma favela reforça que Jesus veio para os pobres e excluídos