Imagine viver em uma área sem rede de esgoto, água encanada, asfalto, iluminação pública, posto de saúde nas proximidades e comércio. A descrição certamente leva o leitor a imaginar a situação de um bairro de Presidente Prudente nas décadas de 80 e 90, no entanto, esta realidade ainda é atual para os moradores do Terras de Imoplan, que, apesar de não terem a infraestrutura necessária para garantir o seu pleno bem-estar, sentem muito carinho pelo local onde vivem e se adaptam ao estilo de vida exigido pelas circunstâncias. Na primeira vez que a reportagem esteve no bairro, os serviços mencionados estavam em falta e, cerca de dois anos e meio depois, os moradores contam que ainda não acompanharam evoluções concretas. "Impossível não se sentir esquecido", afirma o mecânico aposentado, Domingos Carlos de Oliveira, 58 anos.
Determinadas ruas do bairro não possuem postes de luz
De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Laércio Batista de Alcântara, este loteamento, que possui uma área de 2,7 milhões de metros quadrados, foi aprovado na década de 80 pela empresa Imoplan (Imóveis e Planejamento – Construtora e Incorporadora) – presidida pelo martinopolense Antonino Leite e hoje desativada –, que, na época, era "muito forte no setor de construção civil". "Ao receber a aprovação, o Terras de Imoplan foi implantado como loteamento de chácaras e não de lotes comuns. Com a expansão da zona leste e a chegada do Distrito Industrial e do Parque Boa Vista, o loteamento de chácaras passou a receber um volume de moradores diferente do objetivo inicial", explica Laércio.
O morador Domingos Carlos de Oliveira acredita que, desde a criação do bairro, o desenvolvimento estacionou. Ele considera a falta de iluminação pública em determinadas ruas do bairro, um dos grandes problemas enfrentados pela população. "Durante a noite, é escuro total. Um verdadeiro breu. Se precisamos sair de casa, temos de utilizar o farolete para andar nas estradas", expõe. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Energisa, desde 2011 todos os serviços relacionados à iluminação pública foram repassados para a Prefeitura, que ficou responsável por promover a manutenção e fiscalização dos postes de luz. Sendo assim, a reportagem entrou em contato com a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) para saber se há previsão para a viabilização do serviço solicitado. Em nota, a pasta comunicou que já existe um projeto de iluminação pronto para ser executado, no entanto, ainda espera pela aprovação de recursos federais que ainda não foram liberados.
Outra demanda dos munícipes é o asfaltamento, que, segundo eles, contribuiria para a valorização do bairro. O aposentado Maurício Ogênio da Silva, 65 anos, lamenta a situação das estradas de terra e pondera que deveria haver maior investimento nelas. "As estradas estão mal acabadas e não há nenhuma preocupação com a manutenção. Já faz três meses que a máquina não passa. Por causa disso, fica bem difícil de andar por aqui em períodos de chuva", salienta. A comerciante Elizabete Luiz da Silva, 59 anos, também está insatisfeita com o atraso na pavimentação. "As estradas estão cheias de buracos", aponta. Consultada, a Secom informou que não há previsão para o asfaltamento deste bairro e acrescentou que o Terras de Imoplan "encontra-se hoje totalmente irregular quanto à posse, pois muitas chácaras foram divididas e vendidas sem qualquer escrituração legal".
Estrutura do bairro
Ano de implantação: 1981
Área de loteamento: 2.772.000,00 m²
Área verde: 463.904,00 m²
Quadras: 67
Construções cadastradas pela Prefeitura: 45
Terrenos baldios cadastrados pela Prefeitura: 757
Fonte: Seplan
SERVIÇO
A população pode promover suas reclamações, críticas e elogios sobre o bairro em que reside. O contato deve ser feito com os profissionais da Pauta, por meio do
[email protected], do telefone 2104-3722 ou do Whatsapp 99104-8537.