Terminal urbano: poucos boxistas instalados

A maioria ainda prepara estruturas compatíveis com o espaço delimitado pela administração para definitivamente transferir seus boxes para o local; os que já estão, improvisam

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 14/01/2020
Horário 06:19
 Isadora Crivelli - Enquanto os containers não chegam, Gilda improvisou um cabideiro para vender roupas:
Isadora Crivelli - Enquanto os containers não chegam, Gilda improvisou um cabideiro para vender roupas:

Às 7h de ontem, os boxistas do camelódromo, que passa por reformas de revitalização, tiveram o aval da Sedepp (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico) de Presidente Prudente para começar a ocupar o espaço organizado na última sexta-feira, pela Sedepp e Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública), nas duas pistas do terminal urbano que mais se aproximam da Rua Casemiro Dias.

Até às 9h, o cenário pouco se diferenciava dos últimos dias, nos mais de 100 espaços delimitados pelo poder municipal, apenas em dois já haviam se instalado boxistas, um vendendo mochilas e acessórios, outro com roupas infantis. Outros boxistas estavam por lá a fim de conhecer o espaço onde a secretaria responsável designou que ficassem, isso porque a organização está por conta de agentes da Sedepp, cinco se faziam presentes no primeiro dia de instalação de camelôs.

A boxista Gilda Meneses de Lima, 60 anos, como a maioria dos colegas de trabalho, optou por manter seu box temporariamente em um container. Até que não chegue, ela improvisou apenas um cabideiro para vender suas roupas infantis. Segundo ela, as vendas são sua única fonte de renda e, por isso, ela não pode ficar parada.

Sobre o espaço que dispõem, Gilda acredita que “passar seis meses aqui [terminal urbano], não vai ser fácil”. “Estamos acostumados a chegar de manhã, abrir nossas portas, mas temos que enfrentar para nossa melhoria, para voltar para um lugar bom, bonito e com segurança”, ressalta.

A comerciante Celina Castanho Pereira, 65 anos, por sua vez, foi logo cedo ao terminal para descobrir onde é que seria instalado seu box temporário, e foi informada de que seria o 105 (todos os espaços delimitados foram numerados). Ela, que vende calçados, também considerou o espaço pequeno, mas assim como Gilda se apega no fato de ser algo provisório.

“Eu ainda não me instalei e estou vendo a possibilidade de trocar de espaço”, afirmou o boxista, vendedor de bolsas, mochilas e malas, José Joaquim Pereira Sobrinho. Ele afirma que também fez escolha pelo container e que enquanto espera sua entrega, que levará cerca de 20 dias, colocará uma lona no chão, providenciará grandes caixas e, de maneira improvisada, venderá seus produtos. “Minha mercadoria é bastante volumosa, por enquanto, não vou trazer as malas e bolsas de viagem, só mochilas”, salienta.

“O MAIS DIFÍCIL

JÁ FOI FEITO”

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Alberto da Silva Corrêa, Casagrande, é enfático ao fazer essa afirmação. Acredita que os boxistas terem deixado seus boxes na Praça da Bandeira, para eles, foi o momento mais complicado, tendo em vista que muitos, por décadas, construíram suas vidas por lá. A partir de agora, as adequações necessárias serão estudadas e realizadas conforme as demandas. “Para isso, todos os boxistas precisam estar instados no terminal”, ressalta o secretário.

“O secretário municipal de Obras [e Serviços Públicos], Rodnei Rena, já esteve no local com sua equipe, já fizeram avaliações, especialmente da iluminação, e farão reparos de tudo, depois analisaremos cada caso”, destaca Casagrande. Ele pontua que podem surgir necessidades que nem sequer foram previstas pelo poder público, como por exemplo, o pedido por parte dos boxistas de que fosse estudada a possibilidade de instalar zona azul nos estacionamentos da Rua Casemiro Dias e Rua Dr. José Foz a fim de garantir rotatividade no estacionamento. “Tudo será estudado”, garante.

Quanto à organização do espaço, Casagrande não acredita em intercorrências, tendo em vista que a posição geral dos boxistas é que, por mais complicado que seja, a estadia no terminal é um período provisório. Sobre as trocas de localização dos espaços, Casagrande afirmou que podem ocorrer entre os boxistas, contanto que ambos aceitem, e que seja informado à Sedepp.

Outro problema resolvido nos últimos dias foi a respeito dos boxes de alimentação. Em reunião na sexta-feira, Casagrande afirmou que ficou acordado que os espaços desses boxistas serão três vezes maiores que o restante e que todos ficarão concentrados próximos à saída do terminal urbano para a Rua Dr. José Foz.

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