Conforme reportado por Hoskins (2025) na BBC News, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México e de 10% sobre produtos da China, alegando a necessidade de proteger os interesses nacionais. Essa decisão reflete um posicionamento protecionista que intensifica disputas comerciais entre grandes economias e pode gerar instabilidade nos mercados globais, afetando cadeias produtivas e encarecendo bens de consumo.
A afirmação do economista Paulo Guedes de que “quando dois brigam, quem ganha é o terceiro” sugere que países com políticas econômicas sólidas podem se beneficiar desse embate.
O Brasil, ao adotar uma postura neutra, pode conquistar vantagens comerciais ao reforçar suas exportações e ampliar sua presença no comércio internacional.
O agronegócio, setor estratégico da economia brasileira, surge como um dos grandes beneficiados, pois o aumento das tarifas sobre produtos manufaturados e industriais nos EUA, Canadá e China pode levar mercados internacionais a buscar fornecedores alternativos para alimentos e insumos agrícolas.
Além disso, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2023) destaca que países com produção agrícola robusta, como o Brasil, tendem a se beneficiar quando barreiras comerciais são erguidas entre potências.
Outro fator relevante é a crescente demanda global por alimentos. Com uma população mundial em expansão, o Brasil pode consolidar sua posição como um dos principais fornecedores de commodities agrícolas. A capacidade produtiva nacional, aliada à tecnologia aplicada no campo, torna o país um concorrente forte em mercados antes dominados por potências como os Estados Unidos e a China.
Ainda que as consequências dessa disputa comercial não estejam completamente definidas, é certo que o Brasil tem diante de si novas oportunidades. No entanto, para que essas vantagens se concretizem, é fundamental que o país invista em inovação, modernização da infraestrutura logística e ampliação das relações comerciais com novos parceiros. Uma política externa eficiente e voltada para a promoção do agronegócio será essencial para aproveitar o novo cenário econômico global.
Dessa forma, ao manter sua neutralidade e reforçar sua competitividade, o Brasil pode emergir como um dos grandes vencedores desse reordenamento econômico. Se bem aproveitada, essa conjuntura pode impulsionar o crescimento sustentável do país e consolidar sua relevância no comércio internacional, garantindo uma posição estratégica nos próximos anos.