Terceira idade e sofrimento na catástrofe do Rio Grande do Sul

OPINIÃO - Sergio Munhoz Pereira

Data 17/07/2024
Horário 04:30

Catástrofes naturais acontecem, diariamente, no mundo todo. Sempre lemos, ouvindo ou assistimos várias situações, quase sempre de causas naturais, contribuindo para desestabilizar, ou mesmo destruir, lugares, pessoas, que estavam vivendo normalmente.
Acontecendo no nosso país, bem pertinho do nosso dia a dia, é que nos faz pensar como as pessoas estão sofrendo. Incluo, aqui, especialmente os idosos, mais vulneráveis entre todas as faixas etárias que, agora, estão a desenvolver graus variáveis de depressão e especialmente medo.
Identifique as emoções que está sentindo, já que aceitá-las e acolhê-las faz parte do processo. Se as emoções forem muito intensas, use estratégias como a respiração profunda, e fale sobre os sentimentos com alguém próximo.
Envolva-se o quanto antes em uma rotina mínima, que traga a sensação de recuperar o controle.
Envolva-se em atividades de apoio a outras pessoas, isso ajuda na autoconfiança.
Verifique os fatos e use o pensamento racional em conjunto com as emoções, para tomar decisões e calcular os próximos passos.
O que familiares podem contribuir:
1- Nunca minimize o sofrimento, falando frases do tipo “não chore”, “você tem que ser forte”, “importante é que você está vivo”, “vai dar tudo certo”, “perdeu só coisas materiais”, “Deus quis assim”.
2.  Nesta fase dos acontecimentos, nunca fale dos seus problemas e nem faça promessas.
3. Se idosos mencionarem culpa, explique que eles não têm influência nenhuma sobre o que aconteceu. Sempre de forma simples, linguagem fácil.
Essas reações não são transtornos e a recuperação acontecerá sem intervenção na maior parte das pessoas que vai variar dentro de alguns meses. Se, após a resolução da crise, quando a maioria já conseguiu retornar à rotina, ainda perceber pessoas se isolando, sofrendo as reações, com medos vinculados à experiência.
O controle e regulação emocional não consistem em evitar os sentimentos, mas reconhecê-los, aceitá-los e escolher como responder.
Devemos validar e reconhecer cada uma dessas emoções. Mostrar que as pessoas não estão sozinhas. Que estamos aqui para ouvir e acolher. Porque mesmo que o sofrimento seja inevitável, nós podemos aceitá-lo e direcionar os olhos para frente. Somos sociais, e agora, mais do que nunca, é essencial essa força do grupo.
Celebre todos os pequenos ganhos do processo.
Recomeçar nem sempre é ou será fácil na vida, ou melhor, é e será muito difícil, especialmente para a terceira idade com agravamento das doenças físicas e os transtornos mentais. A ajuda de familiares e colaboradores é imprescindível. Você já ajudou?
 

Publicidade

Veja também