Não sei porque chamam a terça-feira do carnaval de terça-feira gorda. Não tenho a menor ideia. Nem a maior. Há muito tempo o bordão foi criado e, assim, ficou estabelecido que o último dia do reinado de Momo seria, a partir de então, tachado de terça-feira gorda.
Mas, como todo mundo está calvo de saber, o carnaval não termina na terça-feira. A folia só acaba mesmo na Quarta-Feira de Cinzas e, às vezes, se arrasta até o fim da semana.
Terça-gorda? Nestes tempos atuais, do politicamente correto, este aristocrata e charmoso cronista se expõe e corre o risco de ser chamado de gordofófico, neologismo criado por alguém que não tinha o que fazer. Hoje em dia dá encrenca se você chamar o seu melhor amigo rechonchudo de gordinho.
Ele pode achar que é bullying e, ofendido, termina a amizade de longa data com você. Todo cuidado com as palavras. No caso da terça-feira gorda, presumo que não há ofensa alguma. Não se constata gordofobia.
Se há folião tímido que ainda não caiu na folia pra valer, pulando mais que os preços, convém aproveitar e botar pra quebrar no último dia do carnaval, o maior espetáculo da Terra. Falei botar pra quebrar, mas aconselho botar pra consertar.
Amanhã tudo volta ao "normal" e os carnês e boletos te esperam. Os bancos devem abrir a partir do meio-dia da Quarta-Feira de Cinzas. Apesar da ressaca, não atrase o pagamento das contas. Bom lembrar o Barão de Itararé: "Os juros não dormem". No mais, boa Quaresma e rezem para o Putin não apertar o botão, que vocês sabem qual é.
DROPS
Mata-leão não mata leão.
A propósito: o leão corre o risco de extinção, pois o brasileiro mata um por dia.
Casamento: o que Deus uniu o ronco não separe.
Arquitetura moderna é assim: as paredes têm ouvidos e as janelas são indiscretas.