O Brasil garantiu uma vaga na final do revezamento 4x100 metros, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Hoje, a partir das 22h35, os olhos de quem estiver no Estádio Olímpico Engenhão estarão voltados para a decisão. Na raia 2, estará o quarteto brasileiro que conta com o velocista Bruno Lins Tenório de Barros, que treina e mora em Presidente Prudente. Feliz, o atleta garante que o time que representa o país sede tem condições de subir no pódio e a força da torcida brasileira será um grande combustível.
Jorge Vides, Ricardo, Bruno e Vitor integram o time brasileiro
Na semifinal, ontem, a vaga foi conquistada com quinto lugar na segunda série, ao correr a marca de 38s19, a melhor feita na temporada pela seleção. "Agora é a final, é a hora! A pior parte é a semifinal. A gente cria um pouco de expectativa, ansiedade, de certa forma até um receio de não estar na final. É o momento de ficar tranquilo, a gente entrou com um excelente tempo, essa marca é fortíssima", comemora Bruno. Para o velocista, é necessário ainda acertar todos os detalhes para o grande momento.
"Temos que ver onde a gente errou. Todas as passagens foram relativamente tímidas. Tem que acreditar que não tem favoritismo de nada e entender que estamos em casa, dentro do nosso país. A gente tem todas as condições de brigar por uma medalha, seja ela de ouro, prata ou bronze", garante. Bruno foi o terceiro a entrar na prova, antes dele, Ricardo de Souza abriu e entregou o bastão para Vitor Hugo; coube a Jorge Vides cruzar a linha de chegada.
Torcida brasileira
Bruno fala também que o revezamento tem as suas particularidades e diz que correr no Estádio Olímpico é "maravilhoso". "Aqui você não corre sozinho, por você e sim por toda a equipe. Sendo assim, você não quer fracassar, ao mesmo tempo em que a pressão é grande, a gente divide essa responsabilidade. É final e tem que pensar em correr bem. Se a gente fizer isso, melhorar essa marca, correr na casa dos 38s baixo ou até mesmo entrar na casa dos 37s tudo é possível. Além disso, tem torcida gritando, vibrando e tem feito toda a diferença. A torcida brasileira é bem intimidadora, grita mesmo, é bem bacana, divertido", completa.
Quem conhece
Comentarista da Rede Bandeirantes, o ex-velocista e medalhista olímpico André Domingos diz ter gostado da prova, porém, vê um grupo com pouco entrosamento. "Os meninos melhoraram a marca. O problema é que em Olimpíadas nada é fácil! Hoje o mundo inteiro treina revezamento e o Brasil está treinando com uma equipe que antes não treinava o revezamento. O quarteto terá que fazer o que nunca fizeram na vida para estarem no pódio", afirma.
"Precisaria de mais tempo de treinamento juntos e os resultados individuais de cada um deveriam ser melhores, como aconteceu com a nossa medalha de prata no ano de 2000, em Sidney, na Austrália, e um mentor que tenha o olho clínico para visualizar qual formação seria a mais adequada, os tipos de treinamentos a serem ministrados. O Jayme Netto seria a melhor pessoa para assumir esse time após os Jogos. Ele é o cara e não foi a toa que levamos a bandeira de Presidente Prudente, para o mundo ver o amor e gratidão pela nossa cidade", completa o ex-atleta.