O colombiano Fernando Botero foi bastante prolífico na produção de quadros com figuras rechonchudas. Em outras épocas, a abundância das formas já foi valorizada socialmente, mas deixou de ser em razão de novas perspectivas estéticas e de saúde.
TECIDO ADIPOSO BRANCO
É constituído por células adiposas (adipócitos) que têm capacidade para acumular gordura como nenhuma outra célula corporal. Os triglicerídeos encontrados no sangue são também armazenados nos adipócitos. Uma pessoa com peso normal acumula 10 kg (quilos) de gordura em 25 bilhões de adipócitos. Os adipócitos podem aumentar em tamanho e número.
PERIFÉRICO E CENTRAL
O tecido adiposo subcutâneo (periférico) está distribuído por todo o corpo, enquanto o visceral (central) está localizado na cavidade abdominal, permeando as vísceras. Homens acumulam mais tecido adiposo visceral, têm maior circunferência na cintura e têm o sobrepeso andróide (forma de maçã). Mulheres acumulam mais tecido adiposo subcutâneo, especialmente no quadril, coxas e seios, tendo o sobrepeso ginóide (forma de pera).
GLÂNDULA ENDÓCRINA
Os adipócitos produzem adipocinas que têm efeito de hormônios nos órgãos e tecidos. A adiponectina é produzida continuamente pelos adipócitos e melhora a sensibilidade à insulina nas células. A leptina é secretada quando os adipócitos aumentam de tamanho e para evitar maior acúmulo de gordura. A resistida é secretada nesta mesma condição, porém, provoca resistência à ação da insulina (início da diabetes).
ACÚMULO PROTETOR
Os adipócitos são as únicas células que toleram excesso de gordura. Para todas as demais, o excesso é literalmente tóxico (ex. fígado gorduroso). Na hipótese de o tecido adiposo não acumular a gordura que consumimos em cada refeição, as demais células ficariam expostas e perderiam gradualmente a função, mesmo sem haver sobrepeso ou obesidade.
SECREÇÕES INFLAMATÓRIAS
O problema começa quando os adipócitos, principalmente do tecido adiposo visceral, começam a aumentar em volume e número, e passam a secretar cada vez mais adipocinas inflamatórias (TNF, IL-6, PCR) que provocam inflamação sistêmica, resistência à insulina (diabetes), dislipidemias (aumento do colesterol e LDL), síndrome metabólica e aumentam o risco de aterosclerose (doença cardiovascular).
Enfim, seja por motivos estéticos ou de saúde, evite acumular excesso de gordura (IMC > 25 kg/m²). Se já está acima disso, procure diminuir o quanto antes com dieta e prática de exercícios sob orientação de profissionais de saúde confiáveis.