Talentos de PP exaltam o Dia Nacional do Escritor

25 de julho é voltado à arte da escrever, a quem se dedica a criar histórias ou poesias, seja profissionalmente ou por passatempo

VARIEDADES - Aline Martins

Data 25/07/2014
Horário 08:16
 

Hoje é comemorado o Dia Nacional do Escritor, pessoa que tem o dom de escrever histórias, contos ou poesias. Escritor é toda pessoa que se dedica às palavras, seja de maneira profissional ou apenas um passatempo. É aquele que coloca para fora o sentimento embutido e cria narrativas conforme sua criatividade e imaginação. Escritores prudentinos celebram a data. Porém, neste mês festivo para a literatura, o país se entristece com a perda de três ícones desta arte: João Ubaldo Ribeiro (dia 18), Rubem Alves (dia 19) e Ariano Suassuna anteontem.

Jornal O Imparcial Mussa acredita que novos escritores estão surgindo na cidade

Eder Quirino, natural de Presidente Prudente, conta que sempre teve a leitura como hábito. "Desenvolvi isso desde pequeno, não saía da biblioteca. Acabava me exercitando e conseguindo captar sentimentos em tudo", conta. Tem três obras lançadas e um áudio-livro.

Em relação ao mundo tecnológico, onde tudo está armazenado em um celular ou tablet, por exemplo, um livro pode ser lido por ali. "Mas, quem já tentou ler pela internet sabe o quanto é chato. Isso a tecnologia ainda não conseguiu suprir. Não consegue ser tão interessante quanto pegar um livro nas mãos, sentir as páginas, o cheiro da gráfica", destaca. Quirino atualmente trabalha em um novo projeto, mas tudo precisa ser feito com calma. "Preciso correr atrás de patrocínio e tudo é difícil. Então, os projetos são feitos com cautela", destaca.

A prudentina Emilia de Matos Maltempi é outra amante da literatura, da escrita e acredita que, mesmo de maneira tímida, há incentivo para a leitura nas escolas. "Está sendo introduzida cada vez mais a leitura e isso é importante. As crianças precisam entender a importância de ler e escrever, já que a internet ‘atrapalha’ um pouco isso, por conta das abreviações usadas para se comunicar pela rede. É sempre válido lembrar que para uma boa redação é necessária uma boa leitura", destaca.

Em relação às perdas significativas de escritores brasileiros, Maltempi salienta que é algo triste, pois são referências. "Porém, o escritor se vai, mas sua obra é eterna", destaca. Ela começou sua carreira literária aos 50 anos pela necessidade de escrever e vencer os sintomas da depressão. Um sobrinho que tinha acabado de ficar órfão de pai e mãe foi morar com ela e dali em diante, ajudando-o nas tarefas escolares, começou com as rimas. Quatorze anos depois, o gosto pela escrita permanece e ainda mais evidenciado. Tem mais de 400 poesias escritas e muitas delas lançadas em duas obras.

A escrita também está na vida de Leonícia Aleixo Mussa. Para ela, de um tempo para cá, novos escritores estão se revelando em Prudente e isso é bom. "E acredito que o número de pessoas apreciadoras da leitura e escrita também aumentou. Hoje, muitos jovens se interessam por essa arte e é algo maravilhoso poder vivenciar isso", salienta. A escritora trabalha em seu quarto livro, que deve ser lançado em agosto. "Escrever é minha vida e de certa forma preciso agradecer a Deus por este dom. Retribuí a gratidão assim que lancei minha primeira obra, doando toda renda para construção da Igreja Santa Rita. Mas, meu agradecimento a Deus é eterno", diz.

 

Perdas

No mês dedicado à escrita, o Brasil perdeu três renomes da literatura. No dia 18, morreu João Ubaldo Ribeiro, escritor baiano, 73, vítima de uma embolia pulmonar, em sua residência no Leblon, zona sul do Rio. É autor de clássicos da literatura nacional e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras). Vinha se dedicando há um ano e meio a escrever um novo romance, cujo tema ele evitava comentar.

No dia seguinte, morreu Rubem Alves, 80. Ele teve falência múltipla dos órgãos. Estava internado desde 10 de julho na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Centro Médico de Campinas com sintomas de pneumonia. Desde a década de 80, pelo menos, o educador pedia por meio de livros, colunas e entrevistas que os colégios deixassem de massacrar os estudantes com conteúdos cobrados no vestibular e que passassem a mostrar o que os jovens veem e verão na vida.

Em 23 de julho, Ariano Suassuna, 87, faleceu após sofrer parada cardíaca. Nascido em João Pessoa, quando a capital paraibana ainda se chamava Nossa Senhora das Neves, em 1927, ainda adolescente, Ariano Vilar Suassuna foi morar no Recife, onde terminou os estudos secundários e deixou seu nome marcado na cultura literatura brasileira, especialmente no teatro e na literatura.
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