Caracterizada por uma redução persistente do fluxo de ar, 90% dos diagnósticos de DPOC (doença pulmonar crônica) é devido ao tabagismo. Além disso, a inalação de fumaça e exposição à queima de biomassa também podem ser fatores que acarretam tal enfermidade em pessoas que não fumam. Contudo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 80% dos afetados não sabem que possuem a patologia. Somado a isso, o fato de ter um início silencioso, faz com que gravidade do quadro aumente e, com o tempo, podendo até levar à morte.
O médico pneumologista Paulo Roberto Gomes explica que a DPOC trata-se de uma doença inflamatória dos brônquios, que é crônica e, por isso, irreversível. Ela se desenvolve a partir de quadros persistentes de bronquite ou enfisema pulmonar. Na bronquite, há a produção de muco e inflamação nas vias aéreas. No enfisema há destruição dos alvéolos, estruturas responsáveis pelo fluxo de ar nos pulmões.
“Pode ser de grau leve, moderada ou elevada. Depende do tempo e da quantidade de tabagismo, podendo ser pouco sintomática ou, na maioria das vezes, diagnosticada após ida ao médico por qualquer evento respiratório. Muitas vezes, o indivíduo convive com a falta de ar, achando que é normal”, complementa.
A partir disso, dentre os sintomas apontados pelo especialista estão a falta de ar, chiado torácico (na região do peito), tosse, sufocação e fraqueza. O pneumologista acrescenta que 20% dos pacientes que visitam os consultórios médicos são diagnosticados com a DPOC. Desses, a cada 10 pacientes portadores, nove são fumantes ou ex-fumantes. O diagnóstico é feito a partir de exames de espirometria, raio-x e tomografia do tórax, bem como análise dos dados sanguíneos. “Não tem cura, mas é tratável. Isso melhora qualidade de vida das pessoas e diminui o grau de sintomas clínicos. Depende individualmente dos casos”, conclui.