Suposta escassez de aparelhos de tomografia no HR preocupa pacientes

Empresário Marcos Lucas aponta que unidade possui dois equipamentos desse tipo, um deles está com defeito há uma semana, enquanto o outro, ainda não foi autorizado para uso

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 06/07/2023
Horário 17:00
Foto: Cedida/Marcos Lucas
Filas de macas é cenário tradicional nos corredores do HR, indica empresário 
Filas de macas é cenário tradicional nos corredores do HR, indica empresário 

O HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente está supostamente enfrentando problemas com a falta de aparelhos de tomografia em pleno funcionamento. O empresário Marcos Lucas, que possui um familiar internado na ala de tratamento semi-intensivo, entrou em contato com a reportagem e relatou que o hospital possui dois equipamentos de tomografia, porém, “um deles está com defeito há uma semana, enquanto o outro, que é novo, ainda não foi autorizado para uso”. Por meio da Assessoria de Imprensa, a SES (Secretária de Estado da Saúde) afirmou que "o tomógrafo mencionado já está em manutenção". Acrescentou que " “os casos de urgência e emergência seguem sendo atendidos pelo outro tomógrafo, localizado no pronto-socorro da unidade”. 

"O meu familiar demorou cinco dias e meio pra fazer um exame de tomografia pra saber se ela tinha tido um AVC [acidente vascular cerebral], uma isquemia, algo assim no cérebro", comenta o empresário sobre a situação de sua parente para conseguir diagnosticar a enfermidade que a acometeu.  

Situação que gera transtorno

Segundo Marcos, a situação tem causado grandes transtornos aos pacientes em estado de emergência nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e semi-intensivas, que não conseguem realizar exames de imagem ou enfrentam longas filas de espera.  Ele destaca que o hospital, apesar de seu tamanho, conta apenas com dois aparelhos de tomografia, que são caros e importados.

“Um deles está queimado, hoje [terça-feira] já está fazendo aí 10 dias que ele tá queimado ou uma peça variada, que, segundo me informaram, uma peça importada que teria sido solicitada no meado dessa semana agora. Então, [o aparelho] ficou uns cinco dias mais ou menos inoperante, mesmo o HR sabendo já, porque disseram no mesmo dia que parou de funcionar, que foi no sábado da semana antepassada. Quer dizer, já estava sem funcionar, eles já sabiam que era a peça, mas demoraram a pedir", reclama o empresário

Conforme indica o empresário, o outro equipamento, que é novo, ainda não foi homologado pela Secretaria de Saúde, mas está sendo utilizado mesmo assim devido à necessidade, o que tem gerado uma série de problemas. 
"Primeiro, para as pessoas que estão ali, que precisam de um exame de imagem mais apurado como é uma tomografia pra poder dar uma linha de conduta pro médico, né? Em conversas com médicos do semi-intensivo, me verbalizaram que estavam trabalhando no escuro em relação a esse tipo de diagnóstico", compartilha Marcos Lucas.  

Ele indica que a falta de um exame de tomografia para orientar os médicos tem causado incertezas no diagnóstico e afetado a linha de conduta dos profissionais de saúde. “Pacientes que estão na fila de espera, inclusive aqueles com possíveis problemas cerebrais relacionados a casos de câncer, estão sofrendo com a demora na realização do exame. As UTIs e emergências têm prioridade, deixando as pessoas com classificações inferiores aguardando na fila”. 

Cenário preocupante

Marcos Lucas também ilustra um cenário que, infelizmente, é tradicional nos corredores do maior hospital da região de Presidente Prudente: as filas de macas. 

“Ali, o quadro de macas nos corredores já é tradicional, já é coisa antiga, as pessoas quando entram no hospital que vão se internar, primeiro elas fazem um “estágio” no corredor numa maca. Inclusive essas macas já têm até número na parede para você ter uma ideia", enfatiza o empresário. 

“Então, infelizmente é esse quadro caótico na saúde pública aqui em Prudente no hospital, que hoje é referência em toda a região. Trabalhando precariamente no setor de tomografia e diagnóstico de imagem”, complementa.

“Está em manutenção"

Diante dessa situação ilustrada por Marcos Lucas, a reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde na segunda-feira, questionando a veracidade da falta de aparelhos de tomografia em funcionamento na unidade. 

Ao fechamento desta matéria, nesta quarta-feira, a pasta estadual de Saúde manifestou que “o tomógrafo mencionado já está em manutenção”. “Assim que o equipamento apresentou falha, a empresa fabricante foi acionada para solicitação da peça quebrada, que tem previsão de chegada ao Brasil nesta semana”. 

Conforme a SES, “os casos de urgência e emergência seguem sendo atendidos pelo outro tomógrafo, localizado no pronto-socorro da unidade”. 

Por fim, a pasta relata que “os exames de tomografia são realizados mediante indicação médica, quando há quadro clínico favorável ao procedimento, diferentemente do que aconteceu com a parente do empresário Marcos Lucas”, fonte responsável por ilustrar o cenário do HR relatado nesta matéria.

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