Sucatas viram esculturas nas mãos de Mauro Alvim

Alvim já tem esculturas expostas na região. Em Prudente, seu trabalho “Macunaíma" está exposto na entrada do Centro Cultural Matarazzo.

VARIEDADES - DA REDAÇÃO

Data 18/05/2013
Horário 03:03
Cadeiras, peças de carro, máquinas de escrever e de costura, arame e molas antigas se transformam em arte nas mãos de Mauro Alvim. O artista plástico utiliza estes objetos para desenvolver esculturas. Um pouco deste trabalho será ensinado em uma oficina do Sesc Thermas, de Presidente Prudente, em que os participantes podem construir um Dom Quixote Tecnológico com cerca de 450 quilos de metal. Ela ocorre entre os dias 21 e 24 (terça à sexta-feira), das 16h às 20h, e está com inscrições abertas na Central de Atendimento. Pode participar quem possui mais de 16 anos de idade.

Serão utilizadas 14 bicicletas infantis para a montagem da escultura. "O Dom Quixote fica com cerca de três metros. Ele simboliza de forma lúdica a questão da existência do amor na sociedade atual. Além disso, atrai tanto homens quanto mulheres, além das crianças", afirma. Alvim aponta o resgate histórico que este trabalho permite. "Eu encontro estas sucatas no cotidiano ou pego nas indústrias. O resultado é um trabalho que vai contra a pós-modernidade, que deixou tudo muito clean ", comenta.

Alvim já tem esculturas expostas na região. Em Prudente, seu trabalho "Macunaíma" está exposto na entrada do Centro Cultural Matarazzo. Também podem ser encontradas obras do artista em Teodoro Sampaio e Rosana. Ele, que é de Juiz de Fora (MG), lembra que seus primeiros trabalhos com materiais antigos foram com motocicletas antigas, mas sentiu a necessidade de "soltar sua poesia" nestas novas criações.
Exposição
A partir do dia 26 de maio, 12 peças produzidas por Mauro Alvim estarão em diversos espaços do Sesc Thermas na exposição "Os Quatro ‘Cavalheiros’ do Apocalipse". A atividade faz parte da programação da Virada Cultural Paulista 2013.

Quatro poetas de Juiz de Fora (MG) são homenageados pelo artista. São eles: Edimilson de Almeida Pereira, Fernado Fábio Fiorese Furtado, Iacyr Anderson de Freitas e Júlio Polidoro. "A intenção é romper com esta tradição de trabalhar com autores famosos. Além disso, estes poetas têm trabalhos reconhecidos internacionalmente", defende.

Alvim explica que seu processo de produção dos materiais varia de acordo com a situação. "Algumas vezes sonhava com os formatos antes de montar as peças. Depois ia atrás dos materiais", diz. Foi o caso da mão feita com máquinas de costura, que demorou quatro dias para ser feita após ter sonhado com o formato. Neste tempo, conseguiu as 20 máquinas e realizou o processo de solda elétrica.

"Muitos artistas passam para outros fazerem a parte mais pesada, só encomendam. No meu caso, eu mesmo faço isso, o que o torna mais autoral. Algumas peças chegam demorar um ano, como é o caso do trem", declara. Na escultura citada, foram utilizados objetos como sinos, máquinas de escrever e cilindros de metal antigos.
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