Stricto Sensu EAD: será que dá certo?

Recentemente presenciei uma discussão interessante a respeito do ensino da EaD (Educação a Distância), em que o foco era a resistência a uma possível “invasão” nos cursos de mestrado e doutorado. 
Em meio a tantas críticas, uma fala se destacou: a de uma moça, que morava no interior nordestino, muito distante da universidade mais próxima que oferecia o curso de mestrado que sonhava cursar. Ela optou, então, pelo Mestrado EAD.
Em seu depoimento é possível perceber algumas questões importantes, como a ilusão de que cursos EAD são “mais fáceis”, de que não é possível realizar pesquisas estando o orientador “distante” (premissa que foi questionada por ela, já que sua orientadora se comunicava remotamente, enquanto que existem alguns orientadores que, estando ao lado dos orientandos, não respondem sequer um e-mail) e que o Mestrado EAD é uma forma democrática de acessar essa modalidade de ensino, visto que muitos não teriam condições profissionais e pessoais para frequentar este curso nos moldes que chamarei aqui de “tradicional”.
Um relato como esse faz com que pensemos a respeito da “padronização” imposta ainda pela educação do século 20. Será que os cursos de pós-graduação “bons” são apenas aqueles ocorridos presencialmente?
O que tem sido escancarado nos últimos tempos é que o problema não está na metodologia adotada pela EAD em si, mas sim na desigualdade social de acesso à internet e aos demais recursos pedagógicos que essa modalidade propõe. A democratização da educação por meio da EAD se tornou uma possibilidade promissora. O que é preciso são reflexões e planejamento de ações pedagógicas eficientes para que essa modalidade de ensino ocorra com boa qualidade.
Mas Mestrado e Doutorado EAD? “Ah, é impossível vai! Não dá para orientar a distância”, ou “o aluno tem que estar perto, senão não fará”. Bem, deixemos isso para o próximo artigo. Já adianto que a polêmica será boa.
 

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