Com características de intenso calor e pancadas de chuva durante o dia, o verão, que começou em 21 de dezembro, segue até 20 de março. A estação é a preferida dos comerciantes que dependem do clima quente. No entanto, em Presidente Prudente, as chuvas constantes no mês passado atrapalharam as vendas e afugentaram os consumidores das sorveterias. O retorno do sol é visto com bons olhos neste ambiente. Para recuperar e driblar o cenário, os proprietários de empresas do ramo investem em sabores diferenciados.
Proprietária da sorveteria Seven Ice, com unidades no Parque São Matheus e Cohab, Vanessa Souza Barreto, 37 anos, buscou na produção de sorvetes exóticos a oportunidade de chamar a atenção dos clientes. Sabores como: bolo de cenoura, churros e vanilla black, que ganha destaque pela cor preta, ganharam o cardápio do estabelecimento. Além do investimento em sobremesas, como o açaí e o sorvete assado, novidades trazidas de uma feira do ramo, na qual a proprietária participou em julho de 2017.
O estabelecimento possui 43 sabores de sorvetes expostos e mais algumas opções no cardápio. De acordo com a empresária, os que ganham a preferência dos clientes são: leite ninho trufado, chocolate, brigadeiro, banana com nutella e janduia, todos à base de leite.
Com a presença das chuvas desde a chegada do verão, Vanessa comenta que o número de clientes caiu 20% desde setembro de 2017, onde foi registrada a maior porcentagem de consumidores devido ao clima quente da época. Para o verão desde ano, as expectativas da empresária estão boas, mas ela acredita que a crise econômica afetará o setor dos sorvetes. “Meu diferencial está atrelado ao investimento na qualidade de produtos, além do segmento padronizado das duas unidades”.
Presente na indústria há 18 anos, Maria do Carmo Ortolide, 46 anos, é a proprietária da Sorveteria Napoles, no Jardim Tropical. Com o destaque para as 100 opções de sabores no cardápio, ela comenta que os de massa saem com uma frequência bem maior que os à base de água.
Para ela, uma das apostas que deu certo é o trabalho com o conceito de 100% leite, além da produção própria de todos os ingredientes que compõem o alimento, desde o creme de avelã até o abacaxi. Como uma das sugestões para essa estação, Maria do Carmo diz que a opção creme divino, um sorvete de leite ninho com chocolate branco e abacaxi, é um dos campeões de vendas. “Mesmo há muito tempo no mercado, sei que o essencial é inovar sempre para garantir a fidelização do cliente”, comenta.
O investimento em sabores recheados tem movimentado os clientes da Uepa Sorvetes, do proprietário Paulo Sérgio Bertinardi, 51 anos. Segundo o comerciante, o estabelecimento possui mais de 100 opções de produtos, entre eles: caixas de sorvetes, picolés, taças e sundaes. Os sabores mais escolhidos pelos consumidores são os tradicionais, creme, chocolate e baunilha.
Há dois meses, a sorveteria lançou a sua linha cream, especial para o verão. São potes transparentes de sorvetes, com recheios inusitados como: avelã, baunilha com creme de avelã e pudim com recheio de caramelo. De acordo com Sérgio, as etapas de criação de novos sabores e produtos acontecem no inverno, para serem lançados na alta da próxima estação que vai até o mês de abril. “Mesmo buscando inovações, somos muitos tradicionais, esse é o nosso diferencial. O nosso sorvete é industrializado, mas não perdeu a essência do caseiro”, diz. Ele ainda comenta que as chuvas do começo do verão não atrapalharam as vendas e a produção de 6 mil litros diários na fábrica da sorveteria.
Voz do cliente
A professa aposentada, Clélia Marino, 66 anos, diz que não consegue decidir se gosta mais de sorvetes de massa ou de água, e que por isso acaba sempre optando por tomar sorvetes de frutas, como maracujá, limão e abacaxi, opções mais saudáveis. Por conta da saúde, a sua frequência nas sorveterias ocorre a cada 15 dias “Sou uma pessoa já de idade, que precisa cuidar do corpo, de coisas como, triglicérides e colesterol, e o sorvete se consumido em excesso acaba fazendo mal”.
Já para Rogério Sales de Araújo, garçom, 32 anos, comenta que procura levar a esposa e os filhos para tomar sorvete pelo menos quatro vezes no mês, e que tudo depende de como está o clima no dia. Para ele, sabor, preço e atendimento, são fatores importantes na hora de escolher qual estabelecimento consumir o produto. “Meu sorvete favorito é o de baunilha, mas procuro escolher picolés que são opções mais saudáveis”.
De olho na saúde
No verão, o sorvete é uma das opções mais refrescantes nos dias de calor em excesso, mas de acordo com a nutricionista Elizabeth Barretto, os sorvetes devem ser consumidos sem exageros. A recomendação dela é para o picolé, ao invés dos sorvetes de massas. Ela explica que produtos que têm como base o leite possuem um tipo de emulsificante, uma gordura saturada, que serve para deixar o produto mais volumoso e macio. “Isso justifica a sensação de saciedade instantânea ao trocar uma refeição pelo doce, e a de ‘cheio’ ao comer uma sobremesa após o almoço”.
Para a especialista, esse tipo de gordura é prejudicial e ajuda a ganhar peso, além de contribuir para o fechamento dos vasos sanguíneos. Como forma ideal de consumo, Elizabeth recomenda os sorvetes de fruta, e ressalta que eles só valem se forem feitos com água, pois não adianta tomar um sorvete de morango feito com leite e recomenda evitar sabores mais calóricos, como chocolate e creme.
Para deixar o sorvete mais nutritivo e menos calórico, a profissional oferece como dica utilizar produtos ricos em fibras, como granolas, nozes, aveias e castanhas, como forma de acompanhamento. “Isso valoriza o produto e diminui o prejuízo total, porque o cliente acaba não consumindo somente o lado ruim do sorvete”, finaliza.