Um dos maiores sonhos do brasileiro é sair do aluguel e conseguir a almejada casa própria. Para facilitar esse caminho, são muitos os que recorrem a alternativas como consórcio ou financiamento. Segundo Adriano Machado Santos, economista de Presidente Prudente, a melhor opção depende do planejamento da pessoa. E conforme ele, está entrando uma fase positiva agora para qualquer um dos dois modelos, principalmente financiamento, porque a taxa de juros que já começou a ter queda tende a diminuir cada vez mais daqui para frente, pelo menos até o final de 2025.
“Se a pessoa deseja comprar um imóvel novo e não tiver pressa, o consórcio é a opção mais barata. Mas, geralmente, para isso tem que ter recurso para dar um lance, porque ficar esperando pela sorte de ser sorteado e contemplado é arriscado”, salienta ele, que se coloca como exemplo. Adriano tinha um consórcio e só foi sorteado com um ano antes de terminar. Ou seja, depois que já tinha pago tudo, logo, não faz muito sentido.
É onde se entende o que ele quer dizer com “tem que ter um planejamento”. “Assim, se vou comprar esse imóvel, minha casa, eu tenho cinco anos para resolver esse problema. Ok, começa no consórcio. Se não tiver o dinheiro, junte para dar o lance, aí o consórcio faz sentido, certo?”, coloca o economista.
Já o financiamento normal, esse é mais caro, segundo Adriano, mas a pessoa já pode comprar sua casa em 40 dias. O problema dessa opção, conforme o especialista, é que o indivíduo tem que comprovar renda e o custo de juros é muito maior. Lembrando que, no consórcio, também tem um custo, que eles não chamam de juros, mas de taxa de administração e é muito menor, menos da metade. “Então o financiamento imobiliário tem essa opção para quem tem pressa, quer comprar e já começar a usar o imóvel de antemão. E ainda há uma terceira opção para quem tem o recurso, que é comprar à vista”, coloca.
Adriano destaca que a pessoa deve considerar sua realidade financeira, não só o que ganha, mas principalmente “o que gasta”, a fim de entrar num consórcio ou financiamento.
“Tem que se avaliar: ‘vai entrar uma parcela de X mil reais, eu posso arcar com ela hoje? E se daqui a seis meses eu for demitido, o que acontece? Eu tenho uma reserva de emergência?’. Então a pessoa tem que ter um planejamento financeiro”, destaca o economista.
O indivíduo precisa considerar se pode custear todo o seu padrão de vida, inclusive as dívidas e os compromissos financeiros, e só a partir desse momento entrar num financiamento ou consórcio. É preciso ter uma boa reserva de emergência, que possa suprir alguns meses. A quantidade depende de pessoa para pessoa. Adriano recomenda de seis meses a um ano, e para quem tiver mais condições, até uns dois anos, para ficar uma folga bem tranquila em relação a todos os compromissos financeiros.
“Isso porque o financiamento imobiliário vai desencadear um compromisso de décadas, 10, 20, até 30 anos, dependendo. Então é uma coisa que se ela não pagar, perde. Ficou lá pagando cinco anos ou então perdeu o emprego, teve algum problema, não consegue mais pagar... o banco toma. Simples assim”, acentua.
Adriano aponta que, se a pessoa fosse fazer uma tabela comparativa, com o financiamento, entra no imóvel mais rápido e paga um pouco mais caro. O consórcio dá um tempo maior. Se tiver o lance, pode tentar também ser contemplado nos primeiros meses.
Qual é a estratégia total? “Não tenho nada de dinheiro e nem pressa, então vai para o consórcio, junta o dinheiro do lance e, daqui a algum tempo, pode ser sorteado”, denota.
“Também pode não ser sorteado, mas com esse período você pode guardar o lance e conseguir ser contemplado. Aí vale a pena o consórcio. Para quem não liga para isso, entra no financiamento e paga um pouco mais caro”, pontua o economista.