Entidades da região de Presidente Prudente anunciam que vão aderir à greve geral contra as reformas da Previdência e trabalhista, marcada para o dia 28. Pelo menos cinco sindicatos de trabalhadores declaram que a participação no movimento é importante para garantir os direitos do cidadão e tentar inibir a ação do governo federal a favor das mudanças. Por outro lado, a regional do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) divulgou ontem um manifesto conjunto com outras 20 entidades patronais, em defesa das medidas, que considera "primordiais para o crescimento sustentado do país" e que são apontadas ainda como "inadiáveis".
Por meio da Assessoria de Imprensa, o Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo) declara que a categoria vai aderir à paralisação, sendo que a expectativa é de que servidores de todos os municípios do oeste paulista participem, já que a intenção é "parar o Brasil". O mesmo será feito pela Apeopesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), que promoverá uma assembleia estadual na data para definir se a classe prossegue com sua própria greve. "A Apeoesp está junto nesta causa, pois os servidores estaduais estão no projeto da reforma da Previdência, que tira dos professores o direito à aposentadoria especial", diz o conselheiro estadual de representantes da entidade, Wilian Hugo Correa dos Santos.
Já o Sintrapp (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região) promoveu anteontem uma assembleia para tratar sobre a adesão à mobilização. O mesmo foi feito ontem pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) – Subsede de Presidente Prudente. Os detalhes da atuação das entidades na data, porém, não foram divulgados.
Operação Padrão
O presidente do Sipol (Sindicato dos Policiais Civis de Presidente Prudente e Região), Fábio Morrone, informa que os policiais civis são proibidos de fazer greve, no entanto, a entidade está estudando a promoção de uma Operação Padrão no dia 28. Os critérios da ação ainda serão definidos. "Só não vamos participar, única e exclusivamente, por decisão do STF . Do contrário, estaríamos somando forças", garante.
Pró-reformas
Ontem, 21 associações patronais, que alegam responder por parcela significativa do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e pela geração de milhões de empregos, divulgaram conjuntamente um manifesto. "A reforma previdenciária é necessária para garantir a seguridade social às gerações futuras e restabelecer a confiança dos investidores na capacidade do governo de impulsionar a retomada do crescimento econômico com equilíbrio fiscal", afirma o presidente do Sinduscon-SP, José Romeu Ferraz Neto. "Já a reforma trabalhista trará flexibilidade e modernidade às relações de trabalho, sem retirar direitos dos trabalhadores, ou obrigando à adoção de contrapartidas quando algum desses direitos for objeto de negociação", complementa, por meio da Assessoria de Imprensa.
Procurado para se posicionar sobre o assunto, o Palácio do Planalto e a Secretaria Especial da Presidência da República não se manifestaram.
SAIBA MAIS
Entidades que divulgaram nota conjunta ontem a favor das reformas da Previdência e trabalhista: Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil), ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano), Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), Apeop (Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas), AsBea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Cofeci-Creci (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis), Deconcic – Fiesp (Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Fiabci-Brasil (Federação Internacional Imobiliária), IE (Instituto de Engenharia), Sciesp (Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), e Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).