A decisão pelo encerramento das atividades da unidade de Presidente Epitácio da JBS/Friboi deverá resultar no desemprego imediato de pelo menos 500 funcionários, segundo o Sintiapp (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Presidente Prudente e Região). Tudo porque, segundo o presidente da associação, Roberto Moreira, a empresa agendou a homologação da demissão desses trabalhadores para os próximos dias 27 e 28 deste mês. Por outro lado, 20 empregados optaram pela transferência para outras unidades do grupo, enquanto que o restante, equivalente a 275 pessoas, continuará trabalhando na unidade até o fechamento efetivo das portas.
Especializada na atividade de desossa, a unidade de Presidente Epitácio da JBS/Friboi mantinha 795 funcionários em seu quadro de colaboradores. Todo esse pessoal se encontrava sob o regime de férias coletivas desde o fim de junho, enquanto a empresa negociava com o governo do Estado de São Paulo acerca das novas regras tributárias, publicadas em abril deste ano, por meio do Decreto 61.907/16, que para o grupo teria inviabilizado a manutenção das atividades no local.
Como não houve negociação, o grupo decidiu encerrar os trabalhos na indústria na última segunda-feira. Com isso, foram dadas três opções aos 795 empregados da unidade de Epitácio. Um grupo, que agora se sabe que conta com 275 pessoas, continuará trabalhando nos setores de carregamento e de varejo, que seguirão funcionando por tempo indeterminado. Neste mesmo número estão inseridos ainda aqueles trabalhadores com estabilidade, como, por exemplo, as gestantes.
A segunda opção oferecida pela JBS/Friboi foi a transferência para unidades localizadas nos Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás ou Minas Gerais. Neste quesito, Roberto Moreira relata que apenas 20 trabalhadores aceitaram as condições e irão mudar de unidade, com uma ajuda de custo de R$ 1,5 mil durante os primeiros três meses, além de suporte para a mudança e 15 dias para adaptação em alojamento ou hotel.
Homologação agendada
Já aqueles que não se enquadram em nenhum dos grupos, isto é, a grande maioria dos funcionários, deverá de fato integrar o quadro de desempregados da cidade nos próximos dias. De acordo com o presidente do Sintiapp, a JBS/Friboi programou a homologação do desligamento de 500 trabalhadores para os próximos dias 27 e 28 deste mês. Ato que poderá dar o desfecho trágico para a história do frigorífico na cidade.
"É uma situação complicada. Fizemos tudo o que pudemos para tentar manter a empresa com as portas abertas. Negociamos com os empresários, com o governo do Estado e com o MPT , mas a empresa insiste em dizer que a unidade se tornou inviável", lamenta o sindicalista.
Há esperança
Mesmo com todos os esforços feitos até agora, Roberto Moreira garante que enquanto houver chances irá lutar para revogar esta situação. E a boa notícia pode vir diretamente do gabinete do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Isso porque, o presidente do sindicato afirma que foi informado pelo presidente interino da Fetiasp (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Paulo), Antonio Vitor, que o governo estuda invalidar o Decreto 61.907/16, caso a JBS/Friboi aborte as demissões e reative o frigorífico.
A informação não é confirmada pela empresa, a qual ressalta que "não foi procurada pelo governo do Estado". No entanto, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento explica que "há a contínua disposição do governo do Estado em manter o diálogo com todos os elos da cadeia produtiva paulista, buscando sempre caminhos que viabilizem a manutenção dos empregos e o desenvolvimento econômico do Estado em absoluta consonância com a legislação vigente".