Sincomércio e Acipp avaliam desempenho do comércio varejista no 1º trimestre

Representantes das entidades falam da expectativa para os próximos meses e de alguns fatores desafiadores para o setor

PRUDENTE - Cassia Motta

Data 25/04/2025
Horário 06:28
Foto: Maurício Delfim Fotografia
Comércio de Prudente aposta nas datas comerciais para crescimento das vendas
Comércio de Prudente aposta nas datas comerciais para crescimento das vendas

Dólar alto, aumentos da taxa Selic, inflação acima da meta. Esses são alguns fatores que atingem o crescimento do comércio varejista. Segundo o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Raul Audi Junior, as vendas do comércio varejista na região de Presidente Prudente atingiram R$ 18,7 bilhões em 2024, um crescimento de 6,9% em relação a 2023.

Esse dado, apurado pela Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), é o mais recente, já que o desempenho do primeiro trimestre de 2025 ainda não foi mensurado. “A tendência é o resultado de 2025 desacelerar. Fatores como dólar alto, inflação acima da meta e os aumentos da taxa Selic reduzem o poder de compra da população, e isso reflete diretamente nas vendas do varejo. Este ano já está se mostrando muito desafiador para o comércio”, explica o presidente da Acipp.

Mas, ainda assim, Raul Audi diz que Prudente é um polo regional forte e o comércio deve prosseguir como um importante gerador de emprego e renda no município.

O presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região), Vitalino Crellis, diz que os primeiros meses deste ano tiveram um desempenho misto. “Em janeiro observamos um cenário razoavelmente positivo, com promoções a preços atrativos, o que ajudou a movimentar as vendas. No entanto, em fevereiro enfrentamos um declínio nas vendas de cerca de 4% a 5%, reflexo das despesas fixas das famílias como IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], IPVA [Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores], matrícula escolar, o que restringiu o poder de compra. Em março, o movimento permaneceu mais lento, influenciado pelos gastos acumulados nos meses anteriores”.

De acordo com Vitalino, a expectativa é de que as vendas comecem a melhorar a partir deste mês, com o aquecimento natural do comércio devido às datas sazonais e à recuperação da capacidade de consumo da população.

Comparação

O presidente do Sincomércio afirma que, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, os resultados deste ano são relativamente semelhantes. “Embora o cenário econômico ainda apresente desafios, não podemos classificar o desempenho como negativo. O setor segue buscando alternativas para adaptação e recuperação, mas é importante ressaltar que o comportamento do mercado tem se mostrado mais estável do que em anos anteriores, o que é um ponto positivo”.

Rentabilidade para 2025

A rentabilidade do varejo em 2025 vai depender de diversos fatores, segundo o Sincomércio. Embora o aumento nos preços dos produtos tenha sido um desafio para o consumidor, muitos comerciantes estão se adaptando a essa realidade, com lançamentos de novos produtos a preços mais elevados. “A expectativa é que, com a estabilização da economia e um consumo mais orientado às necessidades, o comércio de Prudente consiga cobrir suas despesas e buscar rentabilidade, especialmente com a proximidade de datas comerciais importantes”, ressalta Vitalino.

Expectativa e cautela

Para o segundo trimestre de 2025, a expectativa do Sincomércio é mais otimista. “Esperamos que as vendas para o Dia das Mães e o início das compras de inverno proporcionem um impulso significativo ao comércio varejista, o que deverá resultar em um cenário mais favorável para o setor. Acreditamos que o mercado se estabilizará e o consumo voltará a crescer, ainda que de forma cautelosa”. 

Vitalino pontua que com a recuperação das vendas, poderá ter uma leve projeção de expansão na oferta de trabalho, especialmente no setor de comércio varejista e de bens de consumo. “Muitas empresas estão apostando em contratações temporárias para atender a demanda sazonal, mas o cenário ainda exige cautela”.

Apesar das dificuldades econômicas, o Sincomércio vê um movimento de expansão de novos comércios, tanto na área central como também em bairros. “O comércio de Presidente Prudente tem se mostrado resiliente, com empresários locais apostando em nichos de mercado, serviços inovadores e novos modelos de negócios. Isso tem contribuído para a abertura de novos pontos de venda, o que é um reflexo da adaptação do comércio local às novas demandas do consumidor”.

Fotos: Cedidas


Raul Audi, presidente da Acipp


Vitalino Crellis, presidente do Sincomércio

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