Simulação de incêndio no Sesi Furquim envolve 920 estudantes

Ação realizada  em Prudente ensaiou tempo-resposta do Corpo de Bombeiros e brigadistas da unidade no atendimento à ocorrência

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 14/06/2018
Horário 08:06
José Reis - Ação envolveu fumaça artificial para simular incêndio
José Reis - Ação envolveu fumaça artificial para simular incêndio

 

Na ocorrência de um incêndio, qual é a melhor forma de evacuar um prédio e manter todos os ocupantes em segurança? Em um momento como este, é normal que as pessoas se desesperem e queiram sair de imediato, mas é preciso adotar condutas para que o incidente não gere desordem e caos e comprometa o resgate. Foi justamente com o objetivo de esclarecer o assunto que uma equipe do Corpo de Bombeiros, em parceria com o Grau (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências), realizou, na manhã de ontem, uma simulação de incêndio no Sesi (Serviço Social da Indústria), localizado no Parque Furquim, em Presidente Prudente. Na ocasião, cerca de 920 alunos, além dos funcionários, foram orientados sobre como deixar o local sem riscos. Para evidenciar como a falta de controle pode gerar consequências nesse tipo de evento, dois alunos representaram o papel de vítimas, sendo que uma delas precisou ser encaminhada para o hospital em função de intoxicação leve pela inalação de fumaça.

O sargento Cássio José da Silva explica que a ação tem contexto preventivo e busca analisar qual é o tempo-resposta da corporação para chegar ao local, bem como o da equipe de brigadistas da escola, que precisa executar o plano de abandono do prédio em uma circunstância como essa. Para simular o princípio de incêndio, aponta que a equipe utilizou uma máquina que produz fumaça artificial a partir do gelo seco, sem a necessidade de recorrer ao fogo. A partir disso, os profissionais reproduziram toda a operação que normalmente realizam para conter as chamas e evitar a ocorrência de danos.

Para o diretor do Sesi, Carlos Roberto Vioto, a iniciativa é uma forma de preparar os estudantes para situações semelhantes e permitir que eles assimilem e repliquem o conhecimento fora da escola e ao longo da vida adulta. Ele relembra o incêndio que matou um adolescente de 12 anos na manhã de terça-feira em uma área da zona rural de Prudente e, por esta razão, destaca a importância de se investir em ações educativas e preventivas diariamente. “Aqui, fizemos uma simulação cronometrada para ver qual tempo levamos para esvaziar todo o prédio, já que são 50 mil metros de área. O mais importante é que não se trata de uma ação isolada, houve todo um preparo anterior com nossos funcionários e alunos para que entendessem a necessidade de sair sem correria e pânico”, comenta.

A estudante Bianca Rodrigues Cardoso, 15 anos, defende o incentivo a atos como esse, considerando que, em grande parte das reportagens que acompanha, é constatado que as vítimas de um incêndio nem sempre morrem por conta do fogo, mas pelo caos gerado. Um caso que ficou marcado em sua memória foi a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde, no meio do tumulto, muitos morreram pisoteados.

Já a aluna Andressa Akiko, 16 anos, enfatiza a importância das escolas promoverem o “conhecimento além da lousa”, já que os estudantes também precisam estar aptos para lidar com eventos reais como um incêndio. “É preciso que saibamos nos comportar a fim de evitar acidentes. Aqui, por exemplo, todos os alunos foram mobilizados a darem as mãos para que saíssemos juntos, com calma e sem atropelar ninguém”, pontua.

 

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